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Melhores de 2011, parte 60: Roberto Fonseca

Veja os votos de... bem, veja os meus votos fechando a enquete. Roberto Fonseca, de São Paulo (SP), jornalista de política, que escreve sobre cervejas para o caderno Paladar do jornal O Estado de São Paulo e para o blog do BOB (dica: você está nele): Melhor lager nacional Bamberg Camila, Camila. Boa bohemian pilsner (mas eu ainda era mais fã da primeira Tcheca), merece crédito também pela paciência do cervejeiro Alexandre Bazzo de ouvir avaliações sobre a primeira leva - que tinha perdido boa parte do aroma - e tentar resolver. Paciência, artigo raro hoje em dia no meio cervejeiro. Melhor ale nacional Seasons Green Cow IPA. Tomada via Sedex e no Wikibier de Curitiba, é provavelmente a melhor IPA comercial no Brasil (ao menos por ora). Mas a R$ 27 ou mais a garrafa de 500ml em São Paulo fica impraticável - a Tarantino precisa tentar baixar o preço. Melhor lager importada para o Brasil Samuel Adams Boston Lager. Esta sim com uma boa relação custo/benefício, mesmo com intermediários. Melhor ale importada para o Brasil Rodenbach Grand Cru. Só perde no estilo para a Panil Barriquée Sour, mas como ela não é trazida para o Brasil... Melhor cerveja caseira Uma american pale ale single hop com Chinook (tradução: usa apenas um tipo de lúpulo, o Chinook, na receita), feita pelo Mauro Nogueira e pela Luciane Tavares, do Rio de Janeiro. Perambulava pelo Beer Experience quando dei de cara com o casal, que segurava uma garrafa pet e alguns copos. Muito boa combinação de lúpulo no aroma e sabor, além de amargor potente. Não podia ser mais cerveja caseira, pelo momento e pelas condições. E não podia ser melhor. Melhor cerveja de 2011, aqui ou lá fora Surly Furious. Espetacular american IPA, aromática, saborosa, amarga e encorpada. E em lata, para acabar com eventuais preconceitos a respeito dessa forma de envasar cerveja. Há boas receitas chegando por aqui em latinhas. A propósito, a questão foi bem lembrada pelo Diego Baião do Boteco Colarinho. Novidade do ano A volta dos brewpubs, que estavam quase extintos ou relegados a produções pouco criativas. Confesso que fiquei bem receoso quando da abertura da Cervejaria Nacional, em São Paulo. Mas houve retorno grande do público e, pouco a pouco, as receitas vão se aperfeiçoando. Há, em Curitiba, o Hop n' Roll, que resgata a ideia do "faça sua própria cerveja" que o Marcelo Moss teve há uns bons anos no The Beer Store, também na capital paulista. Há projetos de novos brewpubs no ABC paulista e em Belo Horizonte, pelo que soube. Pena que a paulistana Corsário não avançou - só lamento, sem me estender nos motivos. Melhor fato cervejeiro Ainda é possível contar nos dedos as cervejarias que tentam sair da pasmaceira dos estilos de sempre, mas pelo menos agora é preciso usar mais de uma mão (risos). A Bierland, de Blumenau (SC), parecia relegada ao arroz com feijão - tinha uma boa weiss, que depois perdeu o "encanto", e estilos básicos. Repaginou sua Pale Ale, lançou a boa Vienna (mas que ficou melhor em chope que na garrafa) e tirou da cartola a Imperial Stout e a Strong Belgian Ale. Curiosamente, isso ocorreu após a entrada do Feijão, vulgo Paulo Bettiol, beer sommelier - nem tudo é crítica para a profissão da moda na cerveja.Ainda na categoria criatividade, cito a Bodebrown, do Samuel Cavalcanti. Pior fato cervejeiro No ano em que produtores tentaram se aproximar do poder para reivindicar melhorias tributárias e de avaliação legal de seus produtos, o tal do meio cervejeiro parece ter exposto todos os males de partidos políticos. "Rachas" diversos, crescimento sem critério de "filiações", "caciques" querendo se eternizar no posto, o "estatuto" da legenda sendo trocado por outros critérios e "radicais" (sim, no plural) por todos os lados. E ainda há o Caruncho - mas este será tema de post à parte. Felizmente, há gente boa na turma "das antigas" e bons talentos aparecendo agora. Quem sabe em uma ou duas "gerações" de cervejeiros a categoria não se une?

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