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Melhores de 2012, parte 11: Fernando Pacheco

Fernando M. Pacheco, do blog Mosto Crítico, de São Paulo (SP): 1) MELHOR ALE NACIONAL Cervejaria Nacional/Sinnatrah B?IPA. Tento acreditar que a melhor IPA será sempre a mais fresca, porém as americanas não me deixam. De toda forma, no caso das brasileiras, tem funcionado assim. Nada melhor do que tomar uma IPA fabricada a 600 metros de casa, no dia do lançamento, e muito bem feita. Ótima IPA à moda inglesa, lupulagem mais rústica e sem o excesso de frutas cítricas. Seca no ponto certo, sem aquele dulçor a mais, comum a tantas IPAs brasileiras. Uma pena que era sazonal: quando voltei na Cervejaria Nacional, 15 dias depois, não tinha mais. Espero que volte logo! 2) MELHOR LAGER NACIONAL Eisenbahn 5. Não posso deixar de fora a cerveja que mais bebi em 2012. Pode não ser a cerveja mais redonda, às vezes o amargor dela parece um pouco áspero, mas, quando está fresca, seu aroma é muito bom, uma mistura de caramelo com chá mate. Como a maior parte das cervejas da Eisenbahn, o preço é muito acessível. Tem a melhor relação custo/amargor do mercado brasileiro. Tenho sempre na minha geladeira. 3) MELHOR ALE IMPORTADA Weihenstephaner Vitus. A primeira vez que a provei foi quando conheci o bar Frangó, há alguns anos. No começo, não dava muita bola para ela, assim como não dava bola para as cervejas de trigo em geral. Mas, com o passar do tempo, passei a admirá-la. Para mim, que sempre preferi as amargas, é uma cerveja suave, mas ao mesmo tempo, complexa e divertida, ainda mais com o teor alcoólico respeitável. No começo do ano tomei algumas meio apagadas - deviam estar maltratadas as coitadas -, mas com o novo lote, que chegou alguns meses atrás, tenho comprado cada vez mais. Se não bastasse ser ótima, é uma cerveja fácil de encontrar e com preço amigável. 4) MELHOR LAGER IMPORTADA De Molen Donder & Bliksem. Merece a citação pela surpresa que foi ganhar uma garrafa dessa lager de rótulo discreto. Me disseram que era uma bohemian pilsner, mas me lembrou mais outra lager deliciosa do mar do norte, a Schiehallion. Aroma de lichia, bom amargor e muito refrescante. 5) MELHOR CHOPE Way American Pale Ale. Daquele tipo de chope que dá para tomar a noite inteira. Até o Beer Experience 2012, eu só tinha bebido a versão engarrafada, apenas uma sombra do que é esse chope. Aroma fresco cítrico, chope leve que mata a sede com personalidade. É uma pena que quase não chegue a São Paulo. 6) MELHOR BAR CERVEJEIRO Empório Sagarana - Vila Madalena - Taí a contradição. Eu mesmo já havia escrito por aí que empório não é bar. Então que me aparece esse bar, instalado onde ficava uma velha marcenaria, perto de casa. Digo que é bar porque, apesar do nome, tem cara de bar, personalidade de bar. É um estabelecimento bem pequeno, de esquina. Não tem mesas, mas tem o balcão mais convidativo que conheço na cidade. Não te m cozinha, porém serve duas porções básicas para acompanhar cerveja, queijo e amendoim. Mas é um empório: tem mais de uma centena de rótulos de cerveja para beber lá ou levar, pois os preços das cervejas são tão bons quanto os das melhores lojas, bem abaixo do que praticam os bares cervejeiros da cidade. Muitos já devem conhecer a matriz do Sagarana, na Lapa. A filial na Vila Madalena compartilha o mesmo estilo na decoração, com muita madeira, dando um ar rústico ao lugar, mas tem um diferencial que me cativa: os preços mais baixos. 7) MELHOR CERVEJA CASEIRA (não respondido) 8) MELHOR CERVEJA DO ANO, AQUI OU LÁ FORA Duvel Tripel Hop (Citra 2012). Que cerveja incrível é essa! O melhor encontro entre a levedura belga e o lúpulo americano. Diferente de muitas das chamadas ?Belgian IPAs? (é uma tripel com lúpulo americano, o rótulo já avisa), nesta cerveja a lupulagem assertiva e a levedura não brigam, eles dançam harmoniosamente, sem sobreposição. 9) RÓTULO MAIS BONITO DO ANO Founders Centennial IPA ? Dois anjos elevam ao céu o nome do lúpulo que dá alma a essa cerveja, a melhor IPA americana do mercado nacional. Não tem rótulo mais digno que esse. 10) NOVIDADE DO ANO A chegada das Founders ao Brasil. Para mim a melhor cervejaria americana entre as que já importaram. Melhor ainda, chegaram com preço abaixo de muitas outras americanas. Nesse quesito só perdem para as Brooklyn, mas as cervejas da Founders dão um baile. Espero que o próximo lote mantenha o posicionamento no preço e aumente a variedade. Afinal o que é bom sempre pode melhorar. 11) MELHOR FATO CERVEJEIRO A queda no preço das cervejas importadas é um fato a ser celebrado por nós consumidores. Hoje em dia, em São Paulo, é possível comprar ótimas cervejas importadas, americanas e belgas, por menos de R$10; as icônicas trapistas a partir de R$12; uma diversidade de boas cervejas alemãs a partir de R$10. Isso, num ano em que nossa moeda se desvalorizou, demonstra que o mercado amadureceu, na base da concorrência. O industrial brasileiro, fabricante de cerveja artesanal pode discordar que isso seja um bom fato cervejeiro, mas é ele quem tem que correr atrás do prejuízo. Para nós consumidores, o mais importante é a cerveja ser boa e acessível, seja fabricada aqui ou no exterior. 12) PIOR FATO CERVEJEIRO Em 2012, definitivamente a cidade de São Paulo ficou para trás no mercado do chope artesanal. Tentei contar quantos bares abriram em São Paulo nesse ano, que ofereçam alguma variedade de chope artesanal para além do pilsen e do weiss, me lembrei de apenas um. Com esse, deve haver no máximo quatro casas com três torneiras de chope artesanal cada uma. Com maior variedade de chopes artesanais em São Paulo há apenas um bar. Nunca vi nenhuma pesquisa a respeito, mas não é difícil imaginar que a cidade de São Paulo seja o maior mercado de cervejas artesanais e importadas do País. A maioria dos supermercados já as vendem, todos os bairros de classe média e alta têm empórios vendendo essas cervejas, mas chope artesanal, quase nada. Enquanto isso, acompanho a distância o crescimento desse mercado em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Todas essas cidades tiveram bares abertos em 2012 com boa oferta de chopes artesanais. As vantagens de consumir chope são o preço e o frescor, por isso valorizo o chope artesanal brasileiro. Mas, se você quiser tomar chope importado em São Paulo, não há problema. Isso tem bastante...

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