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Turnê japonesa em três paradas

Publicado no Paladar de 6/1/2011 Parada 1. A vitrine da entrada, mostrando algumas opções do cardápio já empratadas, me pareceu animadora, convincentemente nipônica. A diferença é que, se no Japão usam réplicas plásticas de bentôs, tonkatsus e niguiris, na porta do novo Shigueru os itens exibidos no display são de verdade. Quem comanda a casa é o simpático sushiman Shigero Hirano, um cozinheiro veterano com uma trajetória bastante peculiar - exerceu seu ofício no Rio, em Salvador, em Nagoia. Em São Paulo, ele ficou conhecido pelo trabalho no Tanuki, na Vila Madalena. E se a fachada é típica no bom sentido, o salão é também bem montado, com um balcão confortável. Contudo, a questão é que a ambientação acaba produzindo mais expectativas sobre a comida, que no fim das contas é apenas razoável. O restaurante dispõe de produtos de qualidade, mas carece de mais rigor. Tanto no equilíbrio de molhos como no ponto de cocção dos grelhados, mas principalmente na construção dos sushis. No balcão há também uma evidente preocupação em valorizar as chamadas iguarias, como foie gras, ovas importadas e congêneres, em detrimento dos peixes - que, diga-se, são muito bem selecionados. É fato que os preços do Shigueru se posicionam abaixo da faixa dos restaurantes mais caros (o par de niguiri de atum sai por R$ 13; as opções de bentô, no almoço, ficam abaixo dos R$ 40; o omakasê, R$ 120). Porém, pensando na relação custo-benefício, eu diria que as melhores pedidas da casa são os sashimis e os caldos, como o dobin mushi. Parada 2. O pequeno Ji Yuu Sushi tem uma disposição curiosa. O salão é comprido; o balcão, pequeno. E quem senta nas mesas não consegue enxergar muito bem os sushimen: é preciso esticar ou até entortar o pescoço para ver os profissionais manejando suas facas. A nova casa é praticamente uma dissidência do Sushi Lika, que, por sua vez, é vizinho. Agora, ainda que os preços sejam camaradas (várias opções de pares de niguiri ficam abaixo dos R$ 10), não dá para alimentar muitas pretensões de uma grande refeição. Os sushis até são bem estruturados, mas há deslizes. Desde trabalhar com peixe mais frio do que o desejável até um certo descuido com o sabor e a temperatura do arroz - este um item muitas vezes desprezado, mas essencial para a harmonia do niguiri. Parada 3. O Uo Katsu não é novo, e muitos apreciadores da cozinha nipônica já o conhecem. É sempre lembrado como "aquele restaurante perto do Ginásio do Ibirapuera que também é peixaria", coisa que não é mais: trata-se de um sushi bar. Mas o espírito peixeiro, vamos colocar assim, continua ativo, já que os sashimis são vendidos por peso (a maioria custa em torno de R$ 10, por 100 g). E a qualidade da matéria-prima é bastante boa. Com direito a ir além do rame-rame de atum, salmão, robalo: há variedades como anchova negra, xaréu e outras menos frequentes nos balcões paulistanos. O restaurante está sempre cheio, com suas mesas comunitárias (e pouco confortáveis) constantemente ocupadas. Nem tudo que está no menu é confiável: é melhor apostar no sashimi e no niguiri tradicionais e ter cuidado na escolha das numerosas opções de maki-zushis. Porém, as perninhas de lula chapeadas (R$ 4 por 100 g), servidas bem quentes e crocantes, valem a visita e a provável fila de espera.  Onde ficam Shigueru R. Leopoldo Couto de Magalhães, 275, Itaim-Bibi, 3079-2200. 11h/15h e 19h/2h (sáb. e dom., 12h/17h; de 5ª. a sáb., 19h/3h). Cc.: todos Ji Yuu Sushi R. dos Estudantes, 166, Liberdade, 3208-1159. 12h/15h e 19h/0h (fecha dom.) Cc.: todos Uo Katsu R. Manoel da Nóbrega, 1.180, Paraíso, 3887-9426. 10h/18h (sáb., 10h/16h. Fecha dom. e 2ª). Cc.: Visa

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