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Gastronomia agreste

Eram 13h de domingo, e eu me sentia atrasado, pois queria chegar às 12h. Resultado: peguei fila de espera no Mocotó (Av. Nossa Senhora do Loreto, 1.100, V. Medeiros), lotado, com gente na calçada, mas nem demorou tanto. Consegui um canto no balcão e, enquanto tomávamos caipirinha e beliscávamos (torresmo e queijo coalho), eu e minha mulher nem vimos que meia hora havia se passado. Na mesa, a sequência de pratos prosseguiu. Favada, tapioca com carne seca, mandioca cozida, escondidinho de carne de panela, desta vez com tubaína. No fim, pudim de tapioca. A conta? Pouco mais de R$ 30 por cabeça. É comida potente, cuja origem está nos sertanejos precisando de energia para atravessar a caatinga. São sabores francos, adultos. Mas é tudo tão fresco e bem feito que cai bem. E, ainda que pareça contraditório, há quase uma leveza nos pratos. Como o chef Rodrigo Oliveira consegue? Eu chamaria de técnica. Ele não se desviou do que era bom nas receitas originais, mas tornou-as mais palatáveis para o paladar urbano. Extraiu parte do peso, manteve o sabor. Saímos de lá com a certeza de que não jantaríamos. De que a digestão seria longa, que voltaríamos a falar de comida só no dia seguinte. Que nada: jantamos. Pouco, é verdade. Mas não passamos em branco.

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