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Mais um para o clube?

A nova casa do chef Luiz Emanuel, o Café Sérvia (R. Wisard, 252), parece ser mais um representante de uma onda que, espero, ainda cresça muito: a dos restaurantes com bom preço. No mesmo ambiente que foi do Chafariz, despojado e prosaico, e com a presença de um sócio atuante no salão e no "conceito" (o sérvio Danijel Mirkov), o chef conseguiu compor um cardápio com vários itens interessantes, muitos deles abaixo dos R$ 30. Na média, considerando o que provei, os pratos são gostosos e bem resolvidos - obviamente dentro de uma proposta simples, quase de comida trivial balcânica. Gostei particularmente do knedla, lombo de porco com molho de ameixa, e da interpretação do goulash, picante, mas para um gosto paulista, digamos. A operação, de forma geral, parece bem mais azeitada do que no Chafariz. Luiz Emanuel é um ótimo cozinheiro. Tem grande capacidade de dar sabor aos pratos, tem notável intuição para a cuisine clássica e para o receituário de bistrô. Não tem medo de sal, de molhos, é destemido no que diz respeito ao gosto de um prato. Mas falta acertar o padrão, tanto da cozinha, quanto do serviço - e isso já escrevi em textos mais antigos. Isso exige trabalho duro, cotidiano, incansável. E, para usar um termo da moda, requer foco. É algo que precisa se estabelecer tanto no Allez, Allez! como nortear os rumos da nova casa. Voltando, então. Se num primeiro momento o Café Sérvia espanta (um cardápio que vai da Grécia à Hungria, em plena Vila Madalena?), por outro lado também instiga: é mais um para o hall dos que perceberam que comer em São Paulo anda caro demais.

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