PUBLICIDADE

Blogs

O gosto do gosto II

Aproveitando o embalo do último post, continuo a falar sobre a busca do gosto real (não, não vou entrar por estéticas e fenomenologias). Comento apenas um agradável jantar na casa dos amigos Isabel e Camillo, um raro momento onde pudemos apreciar pescados fresquíssimos. Cozinheiro e pescador de primeira linha (com trocadilho, por que não?), Camillo tinha acabado de voltar de uma aventura na Bacia de Santos, trazendo pitangola e atum. O primeiro (pitangola é o olhete) virou ceviche, de frescor imbatível. O segundo foi para a chapa bem quente, com azeite e outras poucas coisinhas mais (incluindo um pouco do Poudre Névis, de Olivier Roellinger, sobre o qual já falei). Para finalizar, sal do Chipre. Ficou levemente dourado por fora e rosado por dentro. Ainda que não estivesse gordo, o albacora derretia na boca de tão tenro. Comer peixe é muito bom. Se for peixe de boa qualidade, bem manipulado, é melhor ainda. Agora, quando está no auge do frescor, com gosto de mar (no bom sentido), é uma outra experiência. Ainda que uma coisa não tenha nada a ver com a outra, me lembrei de um rodovalho feito na brasa devorado no Elkano, no País Basco. O bicho havia acabado de chegar do Cantábrico, e foi à grelha, só no sal. Não sobraram nem os olhos, se me perdoam a sinceridade. Ter peixe recém-pescado à mesa é mesmo um grande luxo.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE