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O pastel e o serviço

O episódio nem é tão novo, já tem uns poucos meses. Mas vale como exemplo de bom serviço ? mais do que isso, de consideração com o público. Eu estava de passagem por Recife com minha família e fui ao restaurante Quina do Futuro, do chef André Saburó (apesar do nome da casa, é um japonês). Boa comida nipônica, feita com capricho e a preço razoável, sem pretensão de ortodoxias nem de alçar grandes voos. Já tínhamos almoçado quando, procurando as sobremesas do cardápio, vimos que a casa fazia pasteis ? de queijo, de carne, desses que paulistanos adoram comer. Obviamente, quisemos experimentar, mesmo depois da refeição. Mas não havia como: conforme também estava explicado no menu, eles estavam disponíveis exclusivamente à noite. Só seriam preparados mais tarde, a infra não estava armada etc. Será que não tinha jeito? Teve. O proprietário veio conversar com a tal família de SP interessada nos pasteis e apresentou uma solução. O clã Saburó também tinha um café/pastelaria ali mesmo no bairro dos Aflitos, nas imediações do restaurante. Tratava-se do mesmo quitute servido no Quina. Caminhamos uns poucos quarteirões e ele nos conduziu até o Tokyo?s, onde explicou sobre a produção da massa, mostrou a velha máquina usada por seu pai (que, sim, morou em São Paulo, trabalhou inclusive com os Yokoyama), orgulhosamente exposta no interior do café. Pedimos os pasteis, muito gostosos, equilibrados, matamos a vontade. Ele ainda ajudou a nos arrumar um táxi, já que os aplicativos do smartphone não estavam funcionando muito bem. E aquilo que poderia ter sido um simples ?não?, se transformou numa rara experiência de gentileza. Parênteses importante: André Saburó não me conhece. Quis apenas atender bem os viajantes que almoçavam em seu estabelecimento. Isso é serviço.

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