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Oportunidades

Cena frequente nos restaurantes da cidade. Eu pergunto sobre um prato para o garçom, peço a opinião dele. É bom? "Olha, o pessoal está gostando muito. Está saindo bem." Mas quando eu indago o que ele acha, pessoalmente, ou indo mais ao ponto, se ele já provou, a resposta muitas vezes é: "Nunca provei. Ainda não tive a oportunidade". Um funcionário que vende algo que não conhece, convenhamos, tem poucas chances de defender o produto - coloquemos assim - de forma convincente. É tão grave quanto não saber explicar o prato. Já presenciei casos em que o atendente não gosta do ingrediente. "Não comi, não sou muito de peixe, não...". Ok, é um problema. Mas tudo bem, aceitemos como uma restrição pessoal. Agora, o mais preocupante é observar que a maioria não experimentou porque seus superiores (gerente, chef, restaurateur, sei lá eu) não acharam importante; ou, pior ainda, por questão de controle de despesas. Certo, tem o custo do prato. Pode ser matéria-prima cara, com técnica complicada. Mas isso não deveria ser interpretado como investimento em treinamento, em qualidade, em desenvolvimento de talentos (para entrar num jargão de RH)? Não seria obrigação do restaurante exigir que todos os funcionários conheçam o cardápio, para que se tornem verdadeiros embaixadores de suas cozinhas? Dou aos estabelecimentos o benefício da dúvida: não descarto que muitos garçons não queiram mesmo provar a comida. Um problema talvez de cultura profissional. Agora, se for só questão de economia, parece algo tão pouco inteligente... Perguntem-se: quantas vezes vocês já não fizeram um pedido porque a brigada, entusiasmada, explicou que era uma delícia, que era a especialidade da casa etc? Isso não ajuda na venda?   Em 2011, para ficar no mesmo registro da rapaziada do salão, espero então que todos tenham mais oportunidades. Especialmente a de provar os biscoitos finos que os restaurantes servem à clientela.

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