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Ovo e Uva: Casa de sommelier

Embora os estilos sejam bastante diferentes, não consigo deixar de observar afinidades entre o ainda novato Ovo e Uva, em Pinheiros, e endereços como o Bravin e o Saint Vin Saint. Não me refiro ao repertório de pratos, à ambientação ou, para ser óbvio, à ênfase no serviço de vinhos. Digo mais pela orientação gastronômica, de parecer antes uma ?casa de sommelier? do que um ?estabelecimento de chef?, com comida e bebida em visível alinhamento.

Ovo e Uva. A melhor surpresa foi a porchetta, de pele crocante. FOTO: Alex Silva/Estadão

Os especialistas em questão são os sócios João Renato da Silva e Fernando Perazza. São eles os responsáveis pela condução do espaçoso bar/restaurante (que também funciona como empório e rotisseria), o que inclui o atendimento ao público e a seleção de vinhos. A oferta de espumantes, rosados, brancos e tintos em taças é acima da média do mercado e cerca de cem garrafas custam abaixo dos R$ 100 (todos os rótulos da carta podem ser comprados para levar). Na cozinha, quem executa os pratos é o chileno Cristóbal Carrión, ex-Fish Bar. O cardápio do Ovo e Uva mistura influências majoritariamente espanholas e italianas, com laivos contemporâneos. Os preços são amigáveis, as porções não são exageradas e tudo converge para o compartilhamento, sem muitas formalidades, com pratos no meio da mesa e garfos disputando nacos e bocados. Gostei de entradas/petiscos como a alheira (R$ 26), servida com purê de limão e compota de maçã; os bolinhos de carne (R$ 28) com cebola caramelizada e molho de uva (equilibrado e sem grandes doçuras); a panelinha de ovos mexidos com pancetta (R$ 18). Só faltou um pão mais fresco, ou ao menos mais crocante, para acompanhá-los. Entre os pratos provados, o que mais surpreendeu foi a porchetta (R$ 44), de sabor expressivo e pele crocante, guarnecida por cuscuz marroquino. Seguido pela meia-lua de linguiça (R$ 39), uma massa mais espessa, de feição rústica, feita à minuta, que ficaria melhor ? parece bobagem, mas não é ? se seu molho de tomate fresco não contivesse fragmentos da pele. E pelo arroz de polvo (R$ 47), com grãos bem al dente e caldo apurado, com macios pedaços do molusco, além de um tentáculo grelhado. O serviço, por sua vez, é cortês e se esforça para orientar o cliente sobre o que (e quanto) pedir, tanto no cardápio como na lista de vinhos. Por outro lado, na hora da sobremesa (preços entre R$ 12 e R$ 15), não há como evitar uma certa sensação de declínio. Opções como o cheesecake com geleia de uva, o creme brulê de doce leite e a pannacotta de coco com chocolate branco (com mais calda de uva...) não empolgam como os pratos, carecem de personalidade.

Por que este restaurante?

Porque é uma novidade bastante interessante.

Vale?

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O almoço executivo apresenta duas possibilidades: pedir a sugestão do dia, a R$ 35; ou escolher qualquer prato principal, pelo preço do cardápio (entre R$ 35 e R$ 49); as duas fórmulas incluem entrada e sobremesa. Escolhendo pela carta, e compartilhando, gasta-se entre R$ 50 e R$ 100, sem bebidas. A água sem gás é cortesia. Vale. SERVIÇO |

Ovo e Uva

Onde:

R. Mateus Grou, 286, Pinheiros, 3085-3070.

Quando:

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12h/0h e 11h/17h.

Cc.:

todos. Estac.: manob. R$ 20.

Ciclofaixa mais próxima:

R. Artur de Azevedo.

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Metrô mais próximo:

Faria Lima (1 km) e Fradique Coutinho (600 m)

>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 7/1/2015

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