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Sem manobrista nem pretensões

A coluna desta semana trata de dois lugares que não têm hostess nem valet. Mal e mal têm serviço. Tampouco alimentam grandes veleidades à mesa. Se você, a propósito, for dado a gestos largos e inconfidências diante do prato, cuidado com os outros comensais, muito próximos. Cada um a seu estilo, no entanto, ambos representam formas alternativas de trabalhar com restauração na cidade. Pois São Paulo está precisando reforçar sua diversidade ? se possível, com qualidade. E anda carente de novas casas que estejam dispostas a ser muito boas, a jogar no primeiro time (e não apenas a cobrar como primeiro time). Mas isso é assunto para depois. Restô 607 ? É um espaço compacto, bem decorado, de ares juvenis. Faz parte de um pequeno hotel de charme, o Guest 607, instalado num sobrado em Pinheiros. Quem cuida dos fogões é o cozinheiro Gustavo Rodrigues, que passou dois anos em Belém, trabalhando com Thiago e Felipe Castanho no Remanso do Peixe e no Remanso do Bosque. O cardápio é curto e, no almoço durante a semana, só tem menu executivo (R$ 34), com opções variáveis. A proposta é na linha trivial brasileira, com toques amazônicos. À la carte, há sugestões como manjuba frita (como os peixes um tanto destruídos, diga-se), bons bolinhos (o de robalo só é servido no executivo) e uma entrada pouco executada por aqui, a mujica (R$ 16) ? o caldo de peixe espessado por farinha de mandioca, com pimenta e cheiro-verde. Entre os pratos provados, a melhor pedida foi o arroz de galinha (R$ 42), servido singelamente numa panela, úmido e saboroso. Nada, nada, é interessante ver um mestre-cuca ainda jovem tocando um novo restaurante com um repertório que foge das tentações dos risotos de funghi com salmão ao molho de maracujá ? como acontecia dez anos atrás. Sinal de que alguma coisa vai mudando... Por que este restaurante? É uma novidade, digamos, simpática. Vale? Um programa despojado, mas tem charme. Estando em Pinheiros, arrisque.

 

No hotel. Compacto, bem decorado, o Restô 607 fica no pequeno Guest 607. FOTO: Filipe Araújo/Estadão

Glacê ?

Com pouquíssimas mesas, este micro estabelecimento, modesto como os velhos bistrôs parisienses familiares, funciona no térreo de um prédio residencial. Aberto há um ano, serve café, bolos, quitutes e, durante o almoço, trabalha com poucas opções, sempre em torno dos R$ 25. Dentro da sua simplicidade cotidiana, de cozinha caseira profissionalizada, serve pratos sem sustos. Carne louca com abóbora assada e salada, peixe do dia com purê de batata, nhoque com molho à bolonhesa... E mostra considerável capricho com os doces (os proprietários, Cleyton Freitas e Chico Melo,vêm do universo dos bufês), como brownie e torta de frutas vermelhas. Os sócios acabaram de abrir uma filial do Glacê, na Rua Girassol (sobre a qual você lê nesta sexta, 18, no

Divirta-se

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).

Por que este restaurante?

Pela honestidade do trivial.

Vale? 

É barato e recomendável para almoços rápidos na região de Santa Cecília.

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SERVIÇO

Restô 607

R. João Moura, 607, Pinheiros Tel.: 2619-6001 Horário de funcionamento: 12h/15h30 e 19h/23h (dom., 12h/17h; 2ª 12h/15h30) Cc.: todos

Glacê

R. Marquês de Itu, 1.027, Higienópolis Tel.: 2936-9997 e 96417-2754 Horário de funcionamento: 10h30/19h (fecha dom.) Cc.: todos

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