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Chez Saul ? 20.04.2007 ? Freddy

Na quinta feira santa, o Freddy fechou meio melancolicamente na Praça Dom Gastão Liberal Pinto, onde ficou de 1954 e reabriu na última terça feira já lotado, animado, na Pedroso Alvarenga. O cardápio é exatamente o mesmo e quase todos os antigos funcionários mudaram com a casa, começando pelo chef Geraldo Rodrigues, há 44 anos na cozinha, o que é uma garantia de qualidade e continuidade. O restaurante continua delicioso, mas perdeu um pouco aquele toque aconchegante, meio romântico, de um bistrô rústico e bem humorado, com os brasões no teto parodiando temas da cozinha. Ele fica no térreo de um flat service, com entrada dando para a rua. O bar da entrada é mais intimista, com jogos de sofá e duas belíssimas adegas formando um corredor na entrada. Os vinhos são dispostos em colméias de redes de metal. O restaurante em si é mais frio, clean demais. Um salão quadrado, bem claro, com mesas corretamente espaçadas, muito bem postas, um grande candelabro no centro, espelhos numa parede e muitas cortinas de um tecido grosso bege. Deu um pouco de saudades da antiga casa. O serviço mantém um alto nível de qualidade, gentileza e profissionalismo. A cozinha continua ótima e muitos clientes fiéis prestigiaram o Freddy em seu primeiro dia desta nova fase. O restaurante nasceu na Conselheiro Crispiniano em 1935, foi depois para Santana e se transferiu para o Itaim em 1954. Também mudou várias vezes de donos, começando com o fundador Freddy, passando para o francês Jacques Legoff, que ficou um tempo grande comandando também o salão e passou por Severino Pontes. A atual proprietária Priscilla Simonsen Biancalana está lá há nove anos, foi sócia de Pontes e depois ficou sozinha. Mudaram os donos, mas o estilo é o mesmo há muito tempo, sempre mantendo sua cozinha francesa super tradicional, que tem a coragem de propor pratos que dividem opiniões, como miolo, dobradinha, rins e outros miúdos. Todos, aliás, muito bem feitos, como provaram as excelentes tripas à moda de Caen (pedaços grandes, com ótimo sabor, meio picante, provavelmente feitas com vinho branco e não com a sidra normanda, R$ 49) e o miolo au "beurre noir (macio, delicado, saboroso, com a manteiga levemente queimada por cima, R$ 26). No mesmo nível as rãs à provençal, carnudas, macias, fritas no ponto certo,com bastante alho, como se deve (R$ 37). O delicioso patê maison (R$ 28) continua sendo uma otima opção para começar o jantar, feito com lombo de porco, frango, banha e fígados de frango inteiros no centro (R$ 28). Outro clássico da casa, o cordeiro com feijão verde veio como se deve, macio, no ponto certo (R$ 69). Uma menção realmente especial para o arroz de alface, cremoso, saboroso, delicado, com bastante manteiga e algo de creme de leite. Uma dica preciosa do amigo Gianfranco Betting, grande gourmet e velho cliente da casa. Onde: R. Pedroso Alvarenga, 3167-0977 (o mesmo da antiga casa), Itaim-Bibi (74 lug). Quando 12h/15h e 19h/0h (6ª, vai até 1h. Sáb., só jantar, até 1h. Dom., 12h/17h). Quanto: Couv.: R$ 11. Manob.: R$ 10.

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