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Chez Saul - Saint-Tropez de Todos os Santos

O Saint-Tropez de Todos os Santos justifica o nome e leva o sincretismo franco baiano da decoração à cozinha muito boa mesmo da jovem cozinheira Roselle Tajara, que combina com muita classe e competência técnicas, ingredientes e outros aspectos das duas culturas. Mais uma casa do grupo de Isaac Azar, um empreendedor entusiasta, que conheceu o sucesso nos restaurantes Azait e Paris 6, um bistrô-brasserie badalado, sempre cheio e buliçoso, que fica aberto as 24 horas do dia. O chef francês Yann Corderon supervisiona as cozinhas das três casas, mas no novo Saint-Tropez de Todos os Santos é a cozinheira Roselle que pilota efetivamente o fogão. Ela é do Rio Grande do Sul, trabalhou algum tempo no Ceará, veio para São Paulo para inaugurar o restaurante Colher de Pau e estava em Angra dos Reis quando recebeu a oferta de Isaac Azar. Inicialmente, Azar pensava numa casa francesa de frutos do mar, mas a idéia evoluiu e a influência baiana entrou com força. Decoração curiosa e abundante. No térreo, um ambiente mais comportado, com um bar no centro, iluminação discreta, lampiões de ferro fundido, adega para vinhos de madeira na entrada e alguns toques discretos da Bahia. No andar superior, a "baianidade" assume totalmente com redes de pesca e de dormir, peixinhos e muitas miniaturas de barcos de pesca na parede. No mais do que atraente cardápio, apenas peixes e frutos do mar, muitos dos quais com toques das duas culturas, que se materializaram no melhor prato da noite, a "la bahianaise", uma fusão entre a boullabaisse e a moqueca. Uma posta de peixe (pescada amarela) estritamente ao ponto, com caldo de peixe da bouillabaisse e evocações da moqueca nos pimentões, cebola, coentro e leite de coco bem comportado, sem exageros (R$ 115, para duas pessoas). Gostoso o pirão que complementa o prato. No mesmo nível, a mais internacional "la grande plancha Saint-Tropez", os frutos do mar grelhados na chapa, no ponto adequado e com tempero econômico: polvo (uma delícia), um camarão gigante (gostoso, um pouco rijo), lula e peixe com arroz de cúrcuma e azeite de ervas (R$ 158, para duas ou três pessoas). Roselle só tropeçou ligeiramente no excesso de sal das Saint-Jacques do Yann, bem mais francesas que baianas. Vieiras deliciosas, grandes, quase cruas, num molho amarelado pelo açafrão, legumes em tirinhas e cogumelos crus (R$ 43). Este e os pães velhos e adormecidos do couvert foram os únicos senões. Em compensação, muito interessantes os camarões numa crosta sequinha de coco ralado e servidos com salada (camarões Niki Beach, R$ 36, uma entrada). Concentrado, saboroso, o caldo de peixe servido no couvert com lulas fritinhas, tão sequinhas que evocaram um torresmo. Sobremesas no mesmo tom, misturando culturas de Vitor Tsuji, pâtissier das casas do grupo: petit bâteau (ovos nevados com doce de leite líquido e castanha do Pará, R$ 17); sorvete de coco (R$ 8), brigadeiro da paixão (suflês gelados de maracujá e e de brigadeiro superpostos, R$ 15) e trilha do mar (mousse de amora com hibiscus e leite de coco, R$ 17). Carta de vinhos fraca, não adaptada ao cardápio da casa. Mais e melhores tintos. Mais adequada a uma churrascaria do que a um restaurante do mar. Serviço atencioso. Muitos profissionais experientes. Não deu para avaliar a eficiência porque, em seus primeiros dias, a casa não estava muito cheia. Onde: Rua Haddock Lobo, 1.159, Jardins, 3083-1134 (86 lug.). Quando: 12h/16h e das 19h/ 1h (6º e sáb., 12h/1h e dom., 12h/17h). Quanto: Cc.: todos. Couv.: R$ 9,50. Manob.: R$ 10.

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