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Paris - Le Baratin

Amigos, Paris continua sendo o melhor lugar do mundo, sempre disputando essa primazia com Jaú e São Paulo (não necessariamente nessa ordem). Mas, tenho de admitir que as coisas estão caras demais em Paris (ou será que estou mais pobre?), principalmente para quem gosta de restaurantes e, especialmente, de vinhos. Apesar de tudo, ainda compensa visitar os bistrôs e provar seus vinhos. Se não for para beber bons vinhos e experimentar bons pratos, para que ir à Paris ? O problema principal está nos vinhos. Pode-se comer maravilhosamente bem sem pagar muito. Mas os vinhos quase sempre são caros. É muito comum gastar mais com os vinhos do que com os pratos. A situação piora para quem vai ao restaurante sozinho, sem companhia para dividir a garrafa e a conta. Estive em Paris durante duas semanas, uma espécie de prévia para as férias de setembro. Mas já deu para conhecer alguns lugares ótimos, principalmente o Le Baratin, um espetáculo e o Cameleon. Como sempre, comprei a edição de 2007 do Petit Lebey des Bistrots Parisiens (edit. Albin Michel) que tem dado ótimas indicações há muitos e muitos anos. Uma ótima dica para quem quiser comer bem em Paris. Le Baratin Um espetáculo, um bistrô típico, caloroso, mas sem luxo, dirigido pelo proprietário Philippe Pinoteau e sua mulher Raquel, que é uma cozinheira de mão cheia. O amigo Jacques Tréfois, que é muito querido pelos donos, já havia me indicado a casa. Aliás, a menção do nome do Jacques mudou o atendimento. Quando Raquel soube que eu era amigo do Jacques, mudou até o pedido. O restaurante fica no bairro nada charmoso, o 20º arrondissement, numa pequena travessa da Rue Belleville, 3 rue Jouye-Rouve, tel. 01 43 49 30 00. Para quem vai ao restaurante, a estação do metrô indicada é Pyrenées. Para quem sai do bairro, é melhor pegar o metro Belleville. Isso tudo para evitar a subida da rue de Belleville, coalhada de pequenos restaurantes chineses. O francês Baratin é uma espécie de estranho no ninho. Tão bom, que fui almoçar e já aproveitei para reservar para o jantar. Foi um dia ótimo. Um restaurante pequeno, com o almoço de melhor relação qualidade-preço de Paris: 15 euros (várias opções de entradas, pratos principais e sobremesas). No almoço, eu comi uma deliciosa salada com bacalhau fresco desfiado (cabillaud) e uma joue de boeuf, um ensopado delicioso, que D. Raquel me indicou. O jantar começou com uma "tartare de atum" deliciosa e particular. Mais para um sashimi de atum do que para tartar. Peixe fresquíssimo, cortado em quadradinhos de perto de um centímetro, com cerejas (16 euros). Uma belíssima combinação. Para fechar o jantar, uma rabada em pot au feu, ou seja com legumes crocantes delicioso e um tempero de ervas deliciosos (14 euros). Segundo D. Raquel, para fazer esse tempero, é só bater no liquidificador um maço de coentro, um maço de manjericão e um maço de salsinha. Juntar umas três ou quatro colheres de sopa de azeite de oliva, um pouco de mostarda e um pouco de vinagre. O Le Baratin não tem carta de vinhos, mas dispõe de uma adega invejável. Numa lousa, ótimos vinhos muito bem escolhidos, os "pequenos grandes vinhos", entre os quais provei alguns, todos propostos por Philippe: Tavel Anglore 2006 de Eric Pfifferling (rose encorpado e muito aromático, das Cotes du Rhône); Bourgogne Vezelay Domaine de la Cadette 2005 (um branco que lembra mais um Chablis, pois a zona de Vezelay fica perto de Chablis); Clos dês Rouliers Anjou 2005 ( branco fresco e de classe, segundo Philippe feito com a uva Chenin Blanc em zona de areia pelo produtor Richard Leroy); Cour Cheverny Romorantin 2003 de Hervé Villemade (um vinho do Loire diferente, que lembra um Jerez, ótimo aperitivo); Cotes du Rhône Cuvée Terre d´Ombre 2006 , de Eric Pfifferling,(tinto encorpado, com muita fruta, evocando ameixas); Dolcetto Bricco de la Sera 2004 (isso mesmo, um vinho italiano num restaurante mais do que francês). Durante a semana postarei mais dicas de restaurantes em Paris.

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