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2017 traz a promessa de uma nova era para a produção do Cava

Produção do espumante espanhol, até então não organizada por região ou hierarquia, vai ganhar primeira categorização: status de 'premium' para alguns rótulos

Um Cava é um Cava é um Cava – não importa se custa R$ 60 ou R$ 500, se é produzido na Catalunha, seu berço essencial, ou em qualquer outro lugar da Espanha. Até hoje, a produção do espumante espanhol não era subdividida ou organizada por hierarquia, região, casta, nada, o que sempre causou confusão para quem não pesquisou antes de adquirir uma garrafa. Tudo isso contribuiu para a difusão da ideia de que é difícil encontrar um Cava bom. 

  Foto: Tony Cenicola|Estadão

Mas 2017 traz a promessa do começo de uma nova era. Uma primeira categorização está sendo lançada para Cavas “premium” que se enquadrem em algumas regras: no campo, só vinhas com mais de dez anos e produção máxima de 8 quilos de fruta por hectare; na garrafa, 36 meses de contato do vinho, sempre safrado e sempre brut (ou ainda mais seco), com as leveduras. Se tudo isso for cumprido, o vinho (base e final) tem que ser aprovado por um painel de degustadores e só então pode ser chamado de Cava de Paraje Calificado.

A casa Gramona, uma das mais reconhecidas da Espanha, vê a qualificação como um jeito de salvar uma denominação de origem mal delimitada. A casa inscreve três de suas linhas, a III Lustros, a Celler Batlle e as Gramonas Enoteca. No Brasil, os rótulos Gramona são importados pela Casa Flora.

Para Damiá Deàs, há 25 anos enólogo da pequena Vilarnau (do gigante González Byass), o futuro é auspicioso e pode tirar o que há de melhor de cepas como a Macabeo (estrutura, acidez e aroma), Parellada (finesse e frescor) e Xarel-lo (estrutura e álcool), estrelas autóctones do Cava. Da casa, só um Cava receberá o selo de Paraje: trata-se de El Capricis, feito 100% com Xarel-lo fermentado em madeira de castanho nativa, que lhe confere um caráter abaunilhado e rico, que não chega ao Brasil.

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De Paraje. Cava dentro da nova qualificação da DO da Vilarnau Foto: Divulgação

Por aqui, a casa é representada pela Inovini, que traz o Vilarnau Reserva Rosé (R$ 104,50), feito com a cepa autóctone Trepat (85%) e Pinot Noir (15%), com notas de geleia de morango e um toque balsâmico no nariz. Não levará o selo de Paraje (“Teremos só um rótulo”, informa Deàs), mas pode ensinar um pouco mais sobre Cava, esse desconhecido tão familiar.

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