Mares de lúpulo Uma rota cervejeira atravessou o Paladar Cozinha do Brasil: ela unia a sala de degustação e a barraca de cerveja do Mercado Paladar e é reflexo do aumento da importância da bebida na gastronomia.
Na sala de degustação, foram quatro atividades dedicadas à cerveja. A história da IPA e o gosto de cada lúpulo foram temas de aulas no sábado. No domingo, o dia começou em clima de disputa: cervejas brasileiras e estrangeiras foram provadas às cegas e comparadas. Heloisa Lupinacci, colunista do Paladar, e os sommeliers Rene Aduan Jr. e Rodrigo Sawamura conduziram a prova. Foram três rounds.
No primeiro, que opôs as imperial IPAs Resin (EUA) e Polimango (Brasil), a americana ganhou. O segundo, entre dubbel Wäls (Brasil) e Westmalle (Bélgica), empatou. No terceiro, com as rauchbier Bamberg (Brasil) e Schenlekerla (Alemanha), a brasileira levou a melhor.
Por fim, o cervejeiro Vitor Pereira Marinho foi entrevistado pela colunista do Paladar em uma degustação que teve como tema o panorama da cerveja no Brasil hoje. Depois de seis rótulos, a conclusão: as favoritas foram as que levam ingredientes brasileiros – a Brasiliana Madureira, saison com jabuticaba, e a Dogma Modern Times, imperial porter com café arábica e nibs de cacau.
Olho, nariz e boca Parecia um laboratório de cientista. Cada participante da degustação tinha à sua frente 30 copos e taças com líquidos coloridos. A prova Afie seu Paladar, conduzida por Paulo Brammer, da escola Enocultura teve 30 exercícios didáticos, que surpreenderam o público. Numa delas, os participantes tinham de adivinhar o que era o líquido rosa choque que estava no copo. Era suco de abacaxi pigmentado.
O truque mostra como o aspecto visual interfere na percepção de aromas e sabores. Depois do suco de abacaxi, era hora de provar um vinho branco com notas marcantes de abacaxi. Essa prova lúdica e didática abriu a programação do vinho, que teve ainda degustação de espumantes brasileiros, vinhos abaixo de R$ 60 e exemplares da Campanha Gaúcha, que vem ganhando destaque, apresentados por Guilherme Velloso. Entre uma aula e outra, o público podia encher a taça no Mercado Paladar.
De Isabela Raposeiras, barista:“Eu não sou contra açúcar, sou contra a ditadura de dizer pro outro o que ele deve fazer. Prefiro limpar a boca com o primeiro gole de um café do que com água.”
De Laércio Zulu, bartender:“Não se iluda quando vir um drinque com pouco gelo, achando que tem mais líquido no copo. Não tem jeito, vai ficar uma porcaria. Precisa de gelo para ficar bom.”
>> Veja a íntegra da edição especial do 9º Paladar Cozinha do Brasil, de 1º/10/2015