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O festival de cerveja mais legal que há

O evento é promovido por Mikkel Bjorg Bjergso, da Mikkelle

Começa na sexta-feira,1,o Copenhagen Beer Celebration (CBC), evento mais legal do mundo cervejeiro, promovido por Mikkel Bjorg Bjergso, da Mikkeller. São dois dias, divididos em duas sessões cada um. Ao todo, vão participar 47 cervejarias, escolhidas e convidadas pelo próprio Mikkel. Entre elas estão as cult americanas 3 Floyds e Firestone. A cada sessão, cada cervejaria apresenta duas cervejas, que são servidas pelo dono da cervejaria ou pelo mestre-cervejeiro. Faz parte do ritual.

Pela terceira vez consecutiva, a Way é a única cervejaria brasileira a participar com uma banquinha própria. Neste ano, outra brasileira estará lá, a curitibana Morada Cia. Etílica será servida na banca da cervejaria americana Stillwater Artisanal.

 Foto: Estadão

As cervejarias mais ousadas do mundo aproveitam para levar para o evento suas experimentações mais doidas. O resultado é uma intensa troca de ideias. E, quase sempre, por serem cervejas muito experimentais, elas não são produzidas em escala comercial. Quem foi, prova. Quem não foi, imagina.

Mas desta vez, a Way vai fazer um festival em sua fábrica, em Curitiba, para apresentar as cervejas levadas ao evento de Copenhague. Falta só definir a data, entre meados de maio e junho.

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Um dia antes de embarcar para Copenhague, Alejandro Winocur, um dos donos da cervejaria que pertence também a Alessandro Oliveira, passou por São Paulo para apresentar as oito cervejas que serão servidas lá. Aliás, quando acabar o festival, Winocur e Oliveira vão para a norueguesa Lervig – cervejaria com perfil único, totalmente inovadora, zero comercial – fazer uma colaborativa.

As cervejas que ele trouxe a São Paulo para a apresentação foram engarrafadas no improviso, direto dos barris, nas garrafas de 1 litro (que infelizmente andam sumidas das prateleiras paulistanas. Nas versões APA e Red Ale, o litrão da Way é das melhores relações custo-benefício da cerveja brasileira).

As oitos cervejas que a Way vai mostrar no CBC

Cider IPA. Produzida com 45% maçã e 55% malte e fermentada com levedura de sidra, é cerveja ou sidra? “Não estamos preocupados com definições”, diz Winocur. O amargor dos lúpulos é claro. No nariz, é bem herbal, lembra chá verde. 6,7% de teor alcoólico.

Highway Way to Hop’n’Holl. Farmhouse ale com araçá, fruta típica de Curitiba. No nariz, parece que vai ser doce, remete a goibada, Mas na boca, é super seca e tem picância e adstringência que vêm do araçá, que é bem ácido. 5,6% de teor alcoólico.

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 Foto: Estadão

Farmhouse ale com butiá. Butiá é um coquinho amarelo geralmente usado em cachaça. No nariz, tem algo untuoso que lembra atemóia. Na boca, é ácida, viva e seca. Tem até um leve salgado. 6,4% de teor alcoólico. (foto)

Eat my Berries. Sour com frutas – mirtilo, framboesa e morango. Já participou do CBC em 2014 e foi um sucesso. A cor – maravilha vibrante – chama a atenção de cara. Ácida, faz a boca salivar muito. 4,5% de teor alcoólico.

Purple High5. Colaborativa com a Arizona Wilderness e a cachaça Porto Morretes, é uma Sour de frutas fermentada em barril de cachaça. Tem aroma lácteo marcante, parece iogurte de morango elétrico. Não tem característica de madeira – o barril de cachaça não tem mais notas de madeira a emprestar, o que ele deu a essa cerveja foi uma fauna microbiológica surpresa. 5,2% de teor alcoólico.

Amburana Barley Wine. Maturada em barril de amburana, é a única cerveja desta sequência que não é um arraso. Tem cheio de loja de móveis novos e gosto de gaveta. É amburana demais, o tanino é dureza. 14% de teor alcoólico.

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Triple Wood Aged. Uma base de black barley wine foi maturada em diferentes barris (castanheira, amburana e araribá). Depois, as diferentes cervejas foram misturadas. Se fizer uma prova às cegas e for tentar adivinhar que bebida é aquela pelo cheiro, vai chutar que é vinho do porto. Na boca, é menos encantadora. O álcool é evidente, a textura é viscosa (boa) , mas o corpo podia ser um pouco mais denso. O fim do gole é seco. A cor é linda, um castanho escuro turvo. 15,5% de teor alcoólico.

Sour Barley Wine. Quando Mikkel visitou a Way, eles fizeram, juntos, uma imperial stout com atemóia. Ela foi colocada em barril de bourbon e lá ficou por três anos. Agora, pegaram essa cerveja, que ficou azeda, e mesclaram com uma black barley wine. O resultado é difícil de descrever – densa, aparece primeiro o buquê de barril, com baunilha, coco, tosta. E depois vem uma camada de fruta passa. É a melhor da sequência de cervejas com passagem em barril. 12% de teor alcoólico.

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