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Bebida

O novo mapa do Chile

Por Marcel MiwaEspecial para o Estado, do Chile

O novo mapa do ChileFoto:

O Chile está refazendo seu mapa vinícola. O amplo projeto, encabeçado pela associação Wines of Chile, está em curso, mas só deve ser finalizado em 2020. Os chilenos concluíram que a influência das cordilheiras e do Pacífico é determinante para seus vinhos. E subdividiram as zonas vinícolas de acordo com essas interferências geográficas. Isso significa que os já bem conhecidos vales, como Limarí, Maipo, Maule e Bío-Bío, estão sendo subdivididos, no sentido leste-oeste, em Andes, Entre Cordilheiras e Costa.

Nada mudou nas divisões de norte a sul, nas uvas permitidas ou na forma de produção. O que se quer é apenas fragmentar as zonas atuais em virtude das marcantes diferenças de terroir, pois existe um consenso entre enólogos e viticultores chilenos de que há tanta diferença de solo, clima e luminosidade de norte a sul quanto de leste a oeste. Com uma agravante: a diferença no eixo longitudinal ocorre ao longo de 1.300 km (área dedicada à viticultura), enquanto as mudanças no eixo horizontal ocorrem em uma faixa de apenas 200 km, dos Andes até a costa do Pacífico. Essa oscilação mais brusca agrupava vinhos com características muito distintas entre si em uma mesma denominação de origem.

Ilustração: Daniel Almeida/Estadão

No Maipo, por exemplo, a região Entre Cordilheiras produz vinhos com notas de frutas mais maduras, taninos mais austeros e, em alguns casos, notas herbais. No Maipo Andes, podem-se esperar taninos menos agressivos e textura untuosa – são vinhos aromáticos, com poucas notas herbais.

O caso mais emblemático das diferenças dos Andes até a Costa é a Syrah. No Aconcagua Costa sua colheita começa no meio de março; no setor Entre Cordilheiras, ela é feita ao longo de abril; e nos Andes, vai até o fim de maio. “No mesmo vale, com a mesma casta, conseguimos três expressões bastante diferentes”, diz o enólogo Pedro Contreras, da Viña Errázuriz.

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O que isso tem a ver com você, consumidor brasileiro? Tudo: 42% dos vinhos consumidos por aqui vêm do Chile. Portanto, a ideia nesta edição é ajudá-lo a entender o novo mapa e que tipos de vinho esperar de cada região. Até incluímos algumas sugestões de rótulos que representam suas regiões e combinam qualidade e bom preço, mas o melhor serviço, neste caso, não é indicar vinhos. É oferecer as informações de que você precisa para escolher seus tintos e brancos.

CONTINUE LENDO:+ Reforma vinográfica: como são os vinhos de cada região+ Análise: Estratégia certeira da ‘loca geografia’

* O repórter viajou a convite da associação Wines of Chile

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 24/10/2013

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