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Bebida

O roteiro do cervejeiro ribeirão-pretano

Por Edson FrancoEspecial para o Estado 


Chope na Cervejaria Invicta. FOTO: Patricia Cruz/EstadãoFoto:

Agora que o ribeirão-pretano descobriu os mistérios que se escondem sob a mistura de malte, lúpulo, levedo e água – e outros aditivos mais ousados –, ele está com pressa e muita sede. Em decorrência, multiplicam-se na cidade os locais onde são encontradas cervejas artesanais de qualidade. Empórios, botecos e baladas fornecem o combustível para tardes animadas e ensolaradas em que a bermuda é o traje oficial, ou para as noites agitadas, nas quais a etiqueta local demanda mais cuidado com os trajes, mas sem exageros. Uma calça jeans e uma camisa polo ou um vestidinho arejado fazem o forasteiro permanecer incógnito em meio à tribo cervejeira da cidade.

Chope na Cervejaria Invicta. FOTO: Patricia Cruz/Estadão 

Cervejaria invicta Com suas três torneiras de chope, o bar da Cervejaria Invicta oferece a melhor relação custo/benefício da cidade. Durante a happy hour, que na casa se estende das 18h às 20h, cada copo de 300 ml sai por R$ 2,49. Valor generosíssimo, levando-se em conta que os líquidos despejados podem ter o corpo volumoso da India Black Ale ou o amargor lupulado e equilibrado da Imperial IPA. Depois desse horário, o preço não chega a assustar: sobe para R$ 4,50. Para quem quiser se aventurar pela produção estrangeira, as geladeiras ostentam rótulos como a americana Brooklyn IPA (R$ 14,90) e a tcheca 1795 (R$ 11,90). Campeã de vendas, a porção de mandioca frita forra os estômagos por R$ 8,90.

Cervejarium pertence ao grupo da Colorado. FOTO: Patricia Cruz/Estadão 

Cervejarium Ocupando um casarão espaçoso, com 33 mesas e seis outras que avançam pela calçada, o Cervejarium pertence ao grupo da Colorado. Ali é possível experimentar a variação em chope de toda a família engarrafada pela marca. Em copos de 330 ml, degustam-se desde a leve e refrescante Cauim (R$ 5,90) até a deliciosamente amarga Vixnu (R$ 8,90). Das geladeiras, saem grandes artesanais feitas no Brasil, como a Wäls Petroleum (R$ 20) e a Invicta Imperial IPA (R$ 16). Para rebater, a casa oferece de caldinho de feijão (R$ 12,50) a homenagens ao universo botequeiro nacional, como a porção do bolinho de feijoada do bar Aconchego Carioca (R$ 26). Desde novembro de 2012, a cervejaria tem um maître, Marcelo Vinicius, que já trabalhou nos restaurantes paulistanos Biondi e Pomodori. “Estou adorando este momento cervejeiro da cidade. Meu plano era passar um tempo em Ribeirão, mas já estou trazendo minha mulher e minhas filhas. Vamos ficar aqui.”

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Lund A poucos metros do Mercadão, fica a cervejaria Lund, onde um balcão atende sedentos apenas aos sábados, das 10h30 às 16h30. É a oportunidade de experimentar em forma de chope fresquíssimo as cervejas engarrafadas no local. Por preços que oscilam entre R$ 4,50 e R$ 5, entorna-se uma tulipa de 300 ml do maltado pilsen, do consistente e equilibrado dunkel ou do bem resolvido weiss. Todo sábado, clientes como Alexandre Cinci fazem uma pausa ali: “Conheci o chope num evento de um amigo há uns seis meses e pirei. Cada vez vejo chegar aqui mais apreciadores que, como eu, estão fartos das cervejas comuns”. E se a ideia é não correr riscos com as blitze da Lei Seca, uma sugestão é se abastecer no Museu da Gula e levar as garrafas e latas para casa ou hotel – são cerca de 60 rótulos disponíveis nas prateleiras. Melhor ainda, como esse empório não se limita a vender cerveja, é possível encher a sacola com queijos, frios e acepipes vindos de diversos lugares do Brasil e do mundo.

Biergarten é o maior dos empórios no Mercadão da Cidade. FOTO: Patricia Cruz/Estadão 

Mercadão da Cidade No Mercadão da Cidade se aninham dois empórios que primam pela variedade de cervejas servidas em espaços aconchegantes e sem esnobismos. O maior deles é o Biergarten. Ele é fruto da paixão do casal Gabriela Benedini e Marcelo Vesoloski por bebidas e de uma tradição de família da proprietária, dona da fazenda Santa Esilia, que produz a cachaça Gabriela desde 1963. Aos 20 anos, ela foi estudar na Alemanha, onde se maravilhou com a cultura cervejeira no geral e as cervejas de trigo em particular. De volta ao Brasil resolveu aproveitar a experiência da família e a disposição de Marcelo e abriu o empório em 2008. No início, ocupava apenas um box de 17,5 m. Na base do boca a boca, a casa cresceu e invadiu o box ao lado. Hoje armazena e serve 350 rótulos e mantém dez torneiras de chope. “Esse empório é nosso casamento”, brinca Marcelo, ao justificar o adiamento da oficialização do compromisso, que parece ir bem e cada vez mais ligado à cerveja. Menos ambicioso, mas não menos variado, o empório Joe Beer completa a dupla que oferece cervejas de qualidade no Mercadão. Em 2006, Artur Ferrioli estudava na Austrália e morava ao lado de uma loja pequena, mas com rica oferta cervejeira vinda de todos os lugares do mundo. Importou a ideia e abriu suas portas dois anos depois. No começo, apostou na quantidade; hoje, restringe o seu acervo a cerca de 50 rótulos, suficientes para abarcar as principais escolas e atrair clientes, geralmente recebidos pelo primeiro nome. “Conheço todo mundo que vem aqui. Desde dono de usina até ‘harleyros’ que se juntam depois de passear com as motos”, diz Artur. Apesar de avançado, o processo de sofisticação do paladar ribeirão-pretano ainda não se consolidou totalmente, avalia o dono do Joe Beer.

Onde fica:BaresCervejarium Av. Independência, 3.242, tel.(16) 3911-4949

Invicta Av. do Café, 1.365, tel. (16) 3878-1020

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Lund Rua José Roberto Vittorazzi, 325, tel. (16) 3621-5915/3443-7166

Pinguim R. General Osório, 389 , tel. (16) 3610-8386 / 8258

EmpóriosBiergarten Av. Lygia Latuf Salomão, 605, tel. (16) 3237-0722

Joe Beer Av. Lygia Latuf Salomão, 605, tel. (16) 3237-3970

Museu da Gula Av. João Fiusa, 1.436, tel. (16) 3602-5640

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