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Bebida

Uma quinta para você dormir, beber vinho e curtir a paisagem do Douro

Além de fazer um vinho de primeira, a Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo tem um hotel com 11 suítes luxuosas

A vista do Douro desde a Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo, vinícola e hotel de luxo. Foto: Quinta Nova|DivulgaçãoFoto: Quinta Nova|Divulgação

De Covas do Douro, Portugal

Sabe a decepção que o Google imagens pode gerar, quando nos leva a crer que uma paisagem vai ser, na vida real, tão idílica quanto na tela? Garanto, isso não ocorre no Douro. Além de produzir um vinho único, que consegue reunir ao mesmo tempo elegância e concentração, é uma região de visual deslumbrante, em que o rio e as montanhas cheias de socalcos (as muretinhas do Douro) são vista certa nas melhores janelas.

A vista do Douro desde a Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo, vinícola e hotel de luxo Foto: Quinta Nova|Divulgação

Para juntar as duas coisas, sugiro uma visita com direito a pernoite na Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo, uma vinícola de primeira com hotel tipo pousada de charme instalado em um casarão de mais de 250 anos. Recomendo que dedique ao menos uma noite ao hotel, sendo três o ideal, assim pode-se visitar outras vinícolas das imediações e desfrutar da infraestrutura da quinta com mais tempo – ficar de bobeira na casa principal lendo ou curtindo a vista é um programaço.

A quinta, pertencente desde 1999 à família Amorim, líder no negócio de rolhas, fica em uma propriedade de 1725 cuja história se confunde com a da própria região. Já pertenceu à Casa Real Portuguesa e produzia vinhos antes mesmo da demarcação do Douro, em 1756. 

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Hoje, embora a tecnologia seja evidente na vinícola que utiliza robôs nos tradicionais lagares de pedra em uma espécie de pisa a pé mecanizada, o espírito do passado foi conservado na estrutura da quinta e na decoração do hotel, com peças de época em cada canto. A cama onde dormi é um exemplo. Suspeito que acomodou convidados do proprietário da quinta há duzentos anos. Subir e descer dela pode ser uma tarefa inglória se, no meio da noite, esquece-se que há uma escadinha. 

São 11 quartos no hotel, todos com janelas que enquadram a vista para o Douro e os vinhedos da quinta. Para chegar a eles, cruzam-se salas e mais salas onde pode-se ler, descansar e provar os rótulos produzidos ali mesmo. O café da manhã é servido na casa principal, cujo piso range para que não esqueçamos sua idade. Se for no verão, vai provar os melhores figos de sua vida. O mesmo vale para os queijos, alguns vindos da Serra da Estrela, outros do próprio Douro. Não se abstenha das geleias, pães rústicos e croissants. Pecado ali é furtar-se da satisfação, digo isso, lembrando dos pastéis de nata.

Na parte externa da pousada fica o restaurante principal, o Conceitus, que segue o conceito (com o perdão do trocadilho) de usar ingredientes locais e sazonais diferentes a cada dia em seu menu de quatro etapas, harmonizados com os vinhos da casa. Lembro de ter provado o branco Graínha 2015 com lascas de atum com maionese e legumes agridoces, e de ter tentado pular a sobremesa, com medo de não conseguir dormir. Por sorte, fui dissuadida pelo garçom, que me apresentou ao poder digestivo do chá de folha da videira. Do contrário perderia a rabanada com tomate e azeitona lindamente acompanhada pelo Porto Colheita 2008. Fui ao céu.

Ao longo do dia, para os que têm preguiça e calor, há a piscina rodeada de ciprestes, que também garante a vista para o Douro. Para os que têm sede, há um tour pelos vinhedos e pela vinícola, em que se veem plantações de diferentes variedades, lagares e tanques onde são fermentadas e a sala de barricas. O passeio termina em uma loja (logicamente), onde pode-se experimentar e comprar rótulos (atenção para o branco Mirabilis, ultrapremiado no país e que ali é vendido a um preço mais camarada que alhures).

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Essa é a atividade mais simples para os fãs. Os que viajam com tempo podem fazer cursos de degustação, participar da vindima (a depender da época da viagem) e até brincar de ser enólogo, ao criar um corte de vinho, engarrafá-lo, arrolhá-lo, rotulá-lo e levá-lo na mala. Já pensou que beleza de souvenir?

O que trazer

Sob nenhuma hipótese, vinhos e azeites podem ser esquecidos por quem volta de Portugal. Boa parte das vinícolas produzem o óleo de oliva. Da Quinta Nova, recomenda-se (principalmente) o branco Mirabilis Grande Reserva 2015, que tem a fama de ser o melhor de Portugal. É o azeite da casa.

Vá de barco para comer os peixinhos do rio

A região produtora do Douro, que começa em Peso da Régua, a cerca de 100 km ao leste da cidade do Porto, e vai até a fronteira espanhola, é quente e seca. Evite os meses de alto verão. Em agosto, as temperaturas ultrapassam os 40ºC. Para locomover-se, de barco ou comboio, o trem lusitano, as distâncias entre uma quinta e outra são mínimas. De carro, graças a sinuosidade do terreno, leva-se horas. 

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Os chamados "peixinhos do rio" servidos no Calça Curta, na foz do Tua Foto: Isabelle Moreira Lima|Estadão

Se o tempo estiver bom, e no Douro essa é uma constante, pegue um dos barcos que cortam o rio até o Tua, um dos afluentes da margem direita. Arme-se de uma garrafa de branco ou rosé, que harmoniza perfeitamente com o visual sob o sol, e aproveite a viagem de cerca de duas horas até o Calça Curta (avenida da Estação, Foz-Tua), restaurante fundado em 1984, que serve os peixinhos do rio fritos e crocantes e um bacalhau assado banhado em azeite que ficará na sua memória para sempre. Para voltar, o comboio a poucos metros do restaurante o leva até o Pinhão.

SERVIÇO

Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo. 5085-222 Covas do Douro. Tel.: 351 254 730 430.www.quintanova.com. Diárias de 165 euros a 235 euros.

*Viagem a convite do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP)

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