Publicidade

Publicidade

Comida

Açoriano e carijó, caiçara e negro

Em Santa Catarina foi assim. O índio carijó, de farinha de mandioca na mão, encontrou com o negro e seu feijão. O açoriano caiçara apareceu com a tainha e dali saiu a combinação que a chef Carla Pernambuco, do Carlota, trouxe ao Paladar – Cozinha do Brasil na manhã deste sábado.


Fotos: Felipe Rau/AE
Foto:

Carla foi pesquisar a cozinha açoriana e encontrou, em poucos livros e em apenas duas praias, o que restou dela: Penha, no norte do Estado, e Pântano do Sul, ao sul da Ilha de Santa Catarina. “É uma pena que o sabor da ilha esteja se padronizando”, ressaltou.

Mãos à obra, primeiro o aperitivo: bolinho de linguado, camarão e farinha de mandioca. A chef preparou pirão grosso para dar liga, mixou o peixe e o camarão fresquinhos e fritou na hora, rapidinho, sem demora. Resultado: casquinha crocante, textura leve, sabor suave.

Fotos: Felipe Rau/AE  

 Na sequencia é que a tainha entrou em cena – aquela do pescador açoriano, pega na tarrafa. Os tranches (ou filés altos, lombo da tainha, cerca de 180g) são escalfados – ou mergulhados - no caldo de anchova com cebola e alho. Caldo, a base da comida de lá. Na hora de servir, a tainha veio sobre o pirão de feijão preto com bananinha ouro frita. 

Tranches de tainha, antes de escalfar  

PUBLICIDADE

Sobrou tempo ainda para a sobremesa do alemão catarinense. É a cuca, bolinho cheio de história, do tempo da chegada dos colonos na terra encantada. Cuca, ou küchen, ou simplesmente bolo na tradução do alemão. Veio em versão aperitivo, farofinha com amêndoa por sobre o pão de ló macio. O ingrediente principal?  Banana.

As cucas, enfileiradas para degustação  

Nos pratos de Carla, a pesquisa de sete dias – rápida mas precisa – que destrinchou uma cultura gastronômica pouco pesquisada. Há vida e sabor para além do exotismo do Norte e Nordeste.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE