PUBLICIDADE

Comida

Chef nômade conseguiu fazer comida viajar

por Luiz Horta

Tartare de carne maturada, ostra e capuchinha. Foto: Heloísa Lupinacci/AEFoto: Heloísa Lupinacci/AE

James Lowe conseguiu algo raro: mostrar sua cozinha, usar produtos locais e acertar em tudo. Quase todas as visitas de chefs internacionais acabam por ser mero teaser do que fazem em casa. Poucos satisfazem ou saem satisfeitos. Ou trazem na mala o restaurante inteiro, e perdem a graça de inventar, ou quebram a cara espetacularmente quando percebem que o pato que aqui grasna não grasna como lá. Lowe veio no estilo mochileiro, visitou mercados, comeu onde pôde e produziu um menu britânico (miúdos, carnes menos nobres e porco) com uma sutil intervenção brasileira. Não sei como o chef Landgraf arranjou corações de pato, delícia que aqui inexiste, um dos grandes pratos da noite. Encantado pelas coxinhas que provou, Lowe fez as suas – e a equipe do Epice gozou: “Inglês quando faz coxinha sai croquete”. O tartare de carne maturada, com ostra e tutano, foi o ponto alto do cardápio, que terminou com um signature dish bem de discípulo de Fergus Henderson: cabeça de porco grelhada.

Tartare de carne maturada, ostra e capuchinha. Foto: Heloísa Lupinacci/AE

VINHO PARA INGLÊS VER

O dilema vinhos para menus degustação é sem solução. No caso do excelente jantar de Lowe, optei por muitos brancos e um Borgonha. Acertei em quase todos. Riesling Auslese foi bem com o porco e com o tartare. O Bordeaux branco acompanhou bem a coxinha de vitela, o caldo de garoupa e o ovo com telha de mandioquinha. O melhor encontro, entretanto, foi do Borgonha com corações de pato com abóbora.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE