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‘Com orgânico, você pode até economizar’, diz fazendeiro que faz bate-papo em SP nesta quinta

Dono da fazenda Santa Adelaide, David Ralitera conversa sobre produção orgânica e promove expedição à roça com colheita e brunch

David Ralitera, da fazenda Santa Adelaide. Foto: Alex Silva|EstadãoFoto: Alex Silva|Estadão

Quatro anos dedicados à fazenda Santa Adelaide e David Ralitera ainda encontra uma barreira maior que o “preço alto dos orgânicos” na hora de vender seus produtos: o paulista quer tudo o ano inteiro. “O paulista diz que está com desejo de fazer um gratin de couve-flor. Mas couve-flor é uma planta de inverno. Na semana passada, fazia 40 graus na roça”, diz o publicitário, que largou o emprego em 2012 para se dedicar à fazenda a cerca de 100 km de São Paulo.

A sazonalidade e o conceito de local são o foco do trabalho de Ralitera na conscientização da clientela. O local, por exemplo, significa um preço mais baixo ao consumidor - mesmo para os orgânicos - porque o produto não precisa viajar um país inteiro (e gastar combustível) para chegar ao seu destino.

David Ralitera, da fazenda Santa Adelaide Foto: Alex Silva|Estadão

Então, dá para ter berinjela orgânica mais barata que a não orgânica? E é melhor comer orgânico processado ou não orgânico in natura? É um pouco disso tudo que Ralitera vai falar nesta quinta-feira (17), na Casa Segredo, na Vila Madalena. O bate-papo começa às 19h (R$ 200 por pessoa).

Depois, no sábado (19), ele realiza a primeira edição do ano do Farm To Table, a expedição à Santa Adelaide que ocorrerá uma vez por mês, com início sempre às 8h (o participante deve se dirigir à fazenda). O roteiro inclui café da manhã, visita guiada pela plantação, colheita e brunch com vinho orgânico. No fim do passeio (R$ 380 por pessoa), os participantes poderão levar o que colheram numa cesta.

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Os produtos vistos na fazenda são os mesmos recebidos por restaurantes como Chou, Maní e Tuju em São Paulo, e que podem ser encomendados num delivery semanal ou quinzenal em casa, a partir de R$ 55 a cesta (pedidos pelo e-mail santa.adelaide.organicos@gmail.com).

Cesta de orgânicos Foto: Fernando Sciarra|Estadão

3 perguntas para David Ralitera

Que tipo de resistência você ainda percebe no público em relação ao orgânico?

A primeira resistência sempre foi o preço. As pessoas acham que comprando orgânico vão encarecer o orçamento de casa, com restaurante é a mesma coisa. Eu sempre explico que, antes de ser delivery de orgânicos, primeiro eu sou produtor, só trabalho com produto da estação e o que dá certo na região. 

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Se você, chef ou dona de casa, aceita adequar seu cardápio ao que tem de bom na estação, você vai ver que o orçamento não vai encarecer, você pode até economizar. Você recebe uma cesta que custa R$ 55 cravados de janeiro a dezembro, adaptado ao que temos. E não dá para ter tomate bom o ano inteiro. 

O mais importante é você saber de onde vêm seus produtos. Comprar cegamente um produto orgânico pode acontecer o que aconteceu em Santa Catarina, onde descobriram que um feirante vendia gato por lebre, comprava no Ceasa e vendia como orgânico. Meu raciocínio é: querido consumidor, quando você chegar numa banca, não pergunte sobre o manejo. Pergunte de onde vem o produto, vá conhecer a propriedade.

Como lidar com a clientela que quer algo que não cresce em determinada estação?

O povo paulista tem esse hábito muito ruim de ter tudo o ano inteiro, morango, aspargo, abacaxi, melancia. Diz que está com desejo de fazer um gratin de couve-flor. Mas couve-flor é uma planta de inverno. Na semana passada, fazia 40 graus na roça. Daí você achaa couve-flor no supermercado e não tem a mínima ideia de onde veio ela, de Minas, Espírito Santo.

A questão é: onde você coloca sua cobrança em relação ao orgânico? Eu promovo outro conceito, o local. Comprar o local, encurtando o transporte, assim você vai pagar mais barato. Na época do tomate, a gente compete com o Ceasa. Na época da berinjela, a minha é mais barata do que a do Ceasa. E tenho ainda mais variedade, a rajada, a preta.

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É melhor comer orgânico processado ou não orgânico in natura?

Acho que orgânico processado é melhor. Além disso, sempre falo três palavras: transparência, rastreabilidade e sustentabilidade. Se uma dessas três não foram cumpridas, a defesa da cadeia orgânica é um grande papo furado.  

Vegetais orgânicos Foto: Felipe Rau|AE

SERVIÇO 

Orgânicos: mitos e verdades Onde: Casa Segredo - R. Hermes Fontes 162, Pinheiros Quando: 17 de março, às 19h Quanto: R$ 200 por pessoa Compras pelo site FoodPass

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Expedição Farm to Table SP Onde: Fazenda Santa Adelaide - Av. Mal Castelo Branco, 760, Jd. da Luz - Itatiba/SP Quando: 19 de março, às 8h Quanto: R$ 380 por pessoa Compras pelo site FoodPass Informações: alessandra@farmtotablesp.com.br

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