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Direto da boca do moinho

Produção na padaria do Moinho Anaconda (Foto: Bruno Pavão)

Direto da boca do moinhoFoto:

Existe um moinho na cidade de São Paulo, com trilho de trem passando ao fundo, por onde chegam os carregamentos de trigo vindos do Porto de Santos. Fora isso, em nada se parece com aqueles moinhos bucólicos com grandes hélices de madeira e ares holandeses. O Moinho Anaconda, destino do passeio guiado pelo padeiro Rogério Shimura, tem cara de indústria e clima de metrópole. Ao chegar, o grupo formado por quase 40 pessoas de diferentes cidades brasileiras recebeu as primeiras instruções sobre a visita. Acessórios, celulares e câmeras fotográficas estavam vetados na área de produção da farinha. Os registros poderiam ser feitos apenas na padaria. Em seguida, com todos munidos de avental e touca, o grupo se dividiu em dois, assim como a programação do dia. Primeiro, padaria. Segunda parada, moinho. Ou vice-versa. Na padaria, Shimura fez pães. Mas parecia fazer milagres, usando apenas uma mistura de farinha, água, fermento e sal. “Se o pão der errado, não culpe a farinha. O problema pode ser o padeiro”, disse Shimura. “Quem quer fazer pão tem de estudar para entender as proporções dos ingredientes e saber como age cada um deles”, afirmou. Dessa mistura básica saíram pão francês, baguete e ciabatta, alguns moldados ali mesmo, na hora, outros preparados no dia anterior e levados pelo padeiro. Saíram do forno quentinhos, estalando, com a casca crocante e o miolo levemente aerado. Foram devorados em minutos. A equipe do moinho também fez questão de transformar sua matéria-prima em quitutes para servir aos visitantes. Na hora do encontro para a troca de destino, repartimos o pão. Ou melhor, os pães, em versões doces e salgadas. Fartos, todos entraram no prédio de cinco andares, de chão limpíssimo, centenas de janelas, silos e estruturas que faziam pensar numa usina. Inteiramente ocupado por máquinas, uma mais estranha que a outra e com o mesmo objetivo: transformar trigo em farinha, tudo automatizado e comandado por apenas três pessoas. Para produzir 330 mil toneladas de farinha por ano, o que corresponde a 450 mil toneladas de trigo moído, as unidades paulista e curitibana do Moinho Anaconda têm mais de 30 filtros gigantes cada uma, que separam pedras, sujeira, milho, soja e até penas de animais do grão puro do trigo. Depois de limpo ele vira farinha – um dos mais de 30 tipos da linha ou desenvolvidos conforme a solicitação de cada cliente. Uma variedade e tanto extraída da mesma matéria-prima. Ao fim do tour, uma certeza: o pãozinho de cada dia nunca mais será visto da mesma forma por quem passeou por ali.

Moinho Anaconda – Av. Venceslau de Queirós, 44, Jaguaré, 3769-1222. www.anaconda.com.br

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