PUBLICIDADE

Comida

D.O.M.: Ousadia que se transformou em música

CRÍTICA

Alguma vez na vida você deve ter tomado um drinque com cerveja. Se esqueceu é porque talvez ele tenha sido bebido naquele momento da empolgação, quando alguém sugeriu fazer um submarino, famoso “embriagador” preparado com a cerveja que está à mão e o Jägermeister da prateleira. Essa história mudou. Coquetéis com cerveja estão na moda e evoluíram da empolgação sem juízo para receitas criadas por barmen mundo afora.Foto:

Numa certa encruzilhada, na última década do século 20, o chef Alex Atala poderia ter optado entre duas trilhas. Três, melhor dizendo. Permanecer trabalhando com uma tradição de matriz europeia, pendendo talvez para a Itália, quem sabe para a França. Alinhar-se simplesmente à cozinha contemporânea de feição mais internacional, globalizada. Ou radicalizar na busca de uma gastronomia brasileira, investindo nos produtos nacionais, procurando uma voz própria – sem, necessariamente, ter de jogar no lixo as bases clássicas nem fechar as portas para o que havia de novo no mundo. Está óbvio qual foi o caminho escolhido. Deu no que deu.

Alguma vez na vida você deve ter tomado um drinque com cerveja. Se esqueceu é porque talvez ele tenha sido bebido naquele momento da empolgação, quando alguém sugeriu fazer um submarino, famoso “embriagador” preparado com a cerveja que está à mão e o Jägermeister da prateleira. Essa história mudou. Coquetéis com cerveja estão na moda e evoluíram da empolgação sem juízo para receitas criadas por barmen mundo afora. 
Miniarroz cremoso com confit de lima da pérsia e cebola. FOTO: Divulgação 

Para além da originalidade e da qualidade da cozinha, o D.O.M. nunca foi tão consistente e equilibrado como é hoje, em todos os quesitos. Conta com a já conhecida segurança do chef Geovane Carneiro, responsável pela execução e pelo controle de qualidade dos pratos. Tem o melhor serviço de vinhos de sua já não tão curta história, a cargo de Gabriela Monteleone. E a mais afinada brigada de salão, sob o comando do maître André Novaes. Chegou àquele ponto em que as coisas dão a impressão de funcionar por música: o rigoroso senso de padrão dos menus; os talheres e louças que vêm e vão; as intervenções e interações na medida, só mesmo quando essenciais. Olhando de fora, parece tudo natural, fácil até. Não é, só pode ter sido à custa de muito polimento. Deu no que deu.

>> Veja todas as notícias da edição do Paladar de 2/5/2013

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE