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Comida

Intercâmbio culinário em Israel

Evento em Israel promoveu intercâmbio culinário entre chefs de vários países, que por uma semana, cozinharam em restaurantes de Tel Aviv. O Roundtables serviu 11 mil pessoas ao longo de um mês e mostrou que a comida é capaz de aproximar culturas e promover o diálogo, sempre ao redor da mesa.

Intercâmbio culinário em IsraelFoto:

Chefs de nove restaurantes pelo mundo, muitos estrelados Michelin, estiveram em Tel Aviv nas primeiras três semanas de novembro. Eles cozinharam em nove restaurantes da capital cultural israelense e levaram mais de 11 mil pessoas à mesa. O evento RoundTables, em sua primeira edição, promoveu esse intercâmbio culinário que provou o interesse cada vez maior dos israelenses por comida e também o poder que a comida tem de aproximar culturas.

Meses antes do evento, os chefs dos nove restaurantes israelenses foram a Berlim, Nova York, Amsterdã, Londres, Roma, Barcelona e Atenas, nos restaurantes dos chefs que iriam receber em Tel Aviv para afinar os cardápios e ideias. Depois, abriram suas cozinhas para os visitantes estrangeiros, que serviram menus completos, com entrada, prato e sobremesa por $ 269 shekelim (algo como R$ 259, ou US$ 70).

GALERIA DE FOTOS:+ Veja o que foi servido no evento que levou mais de 11 mil pessoas à mesa em Tel Aviv

Foi o caso, por exemplo, do restaurante Pastel, que recebeu, na semana passada, o chef holandês Ron Blaauw – famoso em Amsterdã por ter fechado sua casa biestrelada para abrir uma mais simples e acessível, o Ron Gastrobar, com pratos a 15 euros (que já conseguiu, de novo, uma estrela Michelin). Ele serviu um público faminto, que encheu o salão em dois horários de jantar para provar algumas de suas especialidades como a musse de foie gras ou a sobremesa que imita um chocolate (veja na galeria de fotos).

Camarão simples e saboroso, no espetinho e feito com chili foi servido pelo chef londrino Raju Ramachandran no restaurante Taizu, em Tel Aviv, durante o evento Roundtables. FOTO: Fernando Sciarra/Estadão

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A ideia deu muito certo e os ingressos para os jantares foram todos vendidos com antecedência – sem o público sequer saber qual seria o menu. “Escrevi para mais de 250 pessoas propondo essa ideia, que soava maluca. O não delas eu já tinha. Consegui o sim”, diz Yair Bakair, jovem empresário por trás do RoundTables.

Para fazer o negócio funcionar, Yair, ao lado de Maya Kravat e Nirit Weiss, teve de lidar com os pedidos de boicote ao evento feito aos chefs estrangeiros pelo movimento BDS. “Foi difícil, teve alguns protestos na frente do restaurante de Barcelona, por exemplo, o Tragaluz. Mas, felizmente, nenhum chef se recusou a vir. Porque o que mostramos aqui é justamente que a comida é capaz de estreitar laços, fazer as diferenças conviverem”, diz Yair. “Dentro das cozinhas de todos os restaurantes aqui em Tel Aviv há árabes palestinos, além de gente de muitos outros países trabalhando juntos. Nada melhor que a cozinha e a mesa para começar uma conversa.”

A ideia dos organizadores do evento é expandi-lo, levá-lo a outros países do mundo – tanto convidando chefs de outros países para Tel Aviv como efetivamente fazendo o evento em outras cidades. “O Brasil está na mira para o ano que vem. Acho que mostramos o potencial que esse intercâmbio culinário tem. O mundo inteiro fala a mesma língua, a língua da comida”, diz Yair.

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