Rodrigo Oliveira (Mocotó) e Wanderson Medeiros (Picuí) mostraram dinâmica de irmãos durante a aula Origem Sertaneja, no 6º Paladar – Cozinha do Brasil. Tanto pela afinidade das suas cozinhas quanto pelas provocações e brincadeiras trocadas pelos dois.
Um vídeo de Gilberto Gil cantando Lamento Sertanejo deu início à aula, junto a uma dose de cachaça. Falantes e divertidos, os chefs mantiveram a plateia envolvida com pratos, histórias e até piadas.
Depois de considerar ingredientes inusitados para a apresentação, Oliveira e Medeiros optaram por mostrar a verdadeira face do sertão, aquela que, de acordo com eles, vê valor além do custo.
“Hoje vamos mostrar que as coisas mais elementares, o ordinário, quando tratado com cuidado, pode se tornar extraordinário”, disse Rodrigo.
A promessa se cumpriu no uso de pintado, carne de sol, queijo coalho, costela de porco e outros ingredientes injustamente negligenciados em pratos deliciosos, equilibrados e de apresentação impecável.
Wanderson fez um surubim (pintado) ao azeite de urucum sobre farofa crocante de castanha de caju e uma carne de sol com pirão de coalho. A costelinha de porco caipira e cuscuz de milho foi elaborada pelo chef do restaurante Mocotó.
Apelidado de Baião de Doido, o último prato nem estava na programação. A surpresa de Rodrigo Oliveira levava uma mistura de temperos refogados com cabrito, feijão verde e arroz, todos já cozidos. Para finalizar, castanha de caju sem torrar, também cozida. Da primeira à última garfada, o prato revelava elementos diferentes. De fato, extraordinário.