Com uma terra que não dá muitas possibilidades à agricultura, a pecuária domina a vista. E acaba determinando a vida na região. Assim, a principal característica da cozinha por ali é a comida de comitiva, do grupo de homens que levam bois de um terreno alagado na época das cheias para terras mais altas e secas. Comida rústica, sem firulas nem invencionices.
Antigamente, essa viagem demorava três meses e, para se alimentar, eles carregavam macarrão, banha, arroz, carne de sol, nada que precisasse de geladeira. A carne é preparada dias antes, no “dia da carneada”. Daí, nasce uma receita típica, o macarrão de comitiva, feito pelos peões com a carne de sol e o macarrão fritos na banha de porco.
Chipa, doces regionais, como a geleia de jaracatiá (mamão silvestre) e a mesa de pimentas e castanhas. FOTOS: Daniel Teixeira/Estadão
Das árvores mais altas, que não são alcançadas pela água dos rios, saem frutos como bocaiúva, babaçu, pequi e cumbaru, que puderam ser vistos, provados e tocados pelo público. De vacas e cabras vem o leite que rende queijos curados e frescos. E não se pode deixar de lado a erva-mate, sorvida quente em canecas feitas com chifres de boi – ou gelada na bebida típica chamada tereré. Foi uma belíssima apresentação dessa cozinha ainda pouco difundida.
>> Veja a íntegra da edição especial do 9º Paladar Cozinha do Brasil, de 1º/10/2015