PUBLICIDADE

Comida

Pelos corredores

Joao Rural com seu fusca na frente do hotel Grand Hyatt, depois de sua palestra. Foto: Tiago Queiroz/AE

Pelos corredoresFoto:

Ouvi dizer Flanar é a gastronomia do olhar, disse Honoré de Balzac. Flanando pelo Hyatt nesses três dias do Paladar – Cozinha do Brasil, histórias surgiram nos corredores, aulas e até no tempo de descanso dos chefs. Aqui, aquilo que foi cochicho é revelado e o que passou despercebido é contado. Direto da fonte…

Sorte ao quadrado Há quem tenha sorte. E há quem tenha mais sorte ainda. Adriana Haddad ganhou tantos sorteios que voltou para casa com a cesta cheia: foi linguiça, cachaça, ingresso para aula “Culinária do Jorge Amado”, colher da musa Ana Rita Suassuna e até a cuscuzeira de barro mais esperada do evento.

48 do 2º tempo Manoel Beato bate um bolão quando o tema é vinho. Mas não é que o sommelier é chegado num futebolzinho dominical? E não é pelo aroma do gramado. Chegou à degustação minutos antes de levantar as taças no duelo com Gabriela Monteleone e Henrique Fogaça. Será que ele ganhou a partida?

MC Anvisa Não só os botecos cariocas marcaram presença na festa da gastronomia brasileira. Um funk “proibidão” surgiu de uma brincadeira nos bastidores do Hyatt. “Tacho de cobre / todo mundo quer” foi o mote da canção, com versos também sobre o queijo da Canastra. Depende da Anvisa para cair na boca do povo.

Musa eterna “Eu nunca vi musa velha”, respondeu rindo a modesta Ana Rita Suassuna ao galanteio de Juarez Campos no coquetel de encerramento do Paladar – Cozinha do Brasil. “Ela é a musa desse evento.” Wanderson Medeiros fez coro, com sotaque alagoano, aos elogios dirigidos a ela. Rodrigo Oliveira não se cansou de elogiar a “mestra”. Helena Rizzo se rendeu ao garbo e à sabedoria da escritora. A unanimidade é inteligente, sim. Por aclamação, dado o consenso geral, um brinde foi proposto e todos os presentes ergueram suas taças em homenagem à dama da gastronomia sertaneja.

PUBLICIDADE

Emoções à mesa Neide Rigo chorou. Não foi por causa do seu pé de laranja-lima. As recordações da infância no sítio fizeram-na abrir a aula sobre fruta com emoção.

Tomando umas e outras e conversando sobre vinho, cacau e Bahia, Paulinho Martins avançou a madrugada insone. Num breve cochilo, acordou assustado. “Sonhei que faltava cebola na minha aula!”.

Mariana Magaldi, de nove anos, queria autógrafo de Carla Pernambuco no avental. Levou mais: “Para boa cozinheira, meia receita basta”, escreveu a chef do Carlota.

Caranga caipira Em 2008, Madonna aterrissou no Grand Hyatt São Paulo em um Mercedes Benz CLS Wagon. Em 2010, Paul McCartney veio a bordo de um portentoso Audi Q7. Em 2012, João Rural chegou de chapéu de palha dirigindo um fusquinha 82. É com ele que o pesquisador percorre o Vale do Paraíba para pesquisar a cozinha caipira. Sabe como é que é, fuscas têm apelidos… “Não, o meu não tem, dar nome em fusca é bullying”, ri-se João, que, de partida, no fim do evento, entrou no banco do passageiro, pois quem dirige é Jéssica, sua assistente. “Ele queria cochilar após o almoço, mas eu tô com saudade dos meus cavalos.” Ela assumiu o volante. E pé na estrada.

Televisão de gringo Anissa Helou vidrou na telinha. A jornalista britânica especializada em comida, convidada a participar do evento, visitou a comunidade de Paraisópolis, no ensolarado domingo (30), para ver o trabalho da ONG Gastromotiva, projeto do chef David Hertz. Seu dedo nervoso não parou um só minuto. Click, click, click. Mas algo estranho a fez estacar. Largou a câmera, olhou em volta e perguntou: “Is that roasted chicken?”. Ela queria saber se aquilo que viu era mesmo galinha assada espetada a girar. A brasileiríssima televisão de cachorro a deixou espantada. Cada um tem o sunday rosti que merece.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE