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"Se alguém souber o porquê da fama, me avise"

ENTREVISTA | Dominique Ansel, criador do mais novo fenômeno culinário nova-iorquino, o cronut (sabia mais sobre o doce e sua fama aqui).

"Se alguém souber o porquê da fama, me avise"Foto:

FOTO: Andrew Burton/Getty Images

Por que o cronut ficou tão famoso em tão pouco tempo? Se alguém souber, por favor, me diga. Acho que juntei duas coisas adoradas, mas para dizer a verdade, desde que essa história começou, não tive tempo de entender as coisas, foi tudo muito rápido. Há um mês, o cronut não existia, hoje todo mundo já ouviu falar dele, no Brasil, na Austrália, em Cingapura…

O que o inspirou a juntar croissant e donut? Fazemos uma reunião semanal da equipe e eu gosto de levar uma receita nova para o lanche. Um dia pensei em fazer donut, mas sou francês e não tinha uma boa receita. Em compensação, onde nasci, se fazem bons croissants. Então tive a ideia.

Deu certo logo de cara? Não. Trabalhei nela por uns dois meses e, mesmo agora, continuo me perguntando o que poderia r melhorar. Para muita gente, pode ser difícil fazer a massa e jogar fora, se não der certo. Mas eu gosto de testar. Os primeiros cronuts não eram tão bons como os de hoje, e espero que os próximos fiquem ainda melhores.

Como ele é feito? A massa é folhada, mas não exatamente como a massa do croissant. Depois de frito, o cronut é recheado e recoberto.

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O que você sentiu quando soube que havia um mercado negro de cronuts? Notamos que havia cambistas agindo, eles compravam o produto e revendiam por outros preços. Então precisamos limitar as vendas por pessoa para inibir sua ação. Meu maior medo é que as pessoas comprem produtos que não tenham sido adequadamente manipulada e fiquem doentes. É um risco.

Pretende aumentar a produção, expandir o negócio? Não somos uma rede de cronut, esse é apenas um dos produtos que fazemos. Tenho uma confeitaria, faço artesanalmente diversos doces. Mas estamos, sim, aumentando a produção do cronut a cada dia para tentar atender a demanda. Ontem mesmo, todos os clientes que estavam na fila antes de a loja abrir, às 8 da manhã, conseguiram seus dois cronuts. E as filas se mantêm com uma média de cem pessoas.

Antes do cronut qual era o doce de maior sucesso da Dominique Ansel Bakery? Nosso DKA’s (“dominique’s kouign amann”) era e continua a ser nosso item mais vendido. Trata-se da minha versão de um doce da Bretanha. É também uma receita com massa folhada. Pode ser descrito como um croissant caramelado, muito crocante, feito com camadas finíssimas e muito delicadas de massa. Ele não chega a provocar filas enormes, como o cronut, mas esgota, todos os dias às 4 da tarde – desde o dia da inauguração da loja, há um ano e meio.

>> Veja todas as notícias da edição do Paladar de 13/6/2013

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