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Comida

Tucumã, o fruto alaranjado da Amazônia

Hoje existia um motivo especial para começar a feira pela barraca da castanha-do-pará. Não só porque ela fica logo na entrada da feirinha de orgânicos da Água Branca, mas porque queria descobrir se o carregamento de tucumã prometido tinha chegado.

Tucumã, o fruto alaranjado da AmazôniaFoto:

No final do ano passado, conversando com o vendedor de castanhas, que é do Amazonas e cujo nome agora me escapa, comentei que um dos sabores de seu Estado que mais sentia saudade era do de tucumã – fruto nativo da floresta Amazônica.

Como estava indo passar as festas de fim de ano lá, comentou que poderia tentar trazer um pouco. Disse ele, hoje cedo, que até trouxe “um saco enorme”. Mas parece que a comunidade amazonense, que não é besta nem nada, deu conta do estoque.

O tucumã nasce numa palmeira cheia de espinhos, tem pouca polpa e – comparativamente – um caroço enorme, como grande parte dos frutos amazônicos. A polpa é oleaginosa e fibrosa. É só descascar alguns e as mãos logo se tingem de um laranja intenso, que penetra na pele e custa a sair.

Já li uma descrição sobre o sabor do tucumã (no Frutas Brasileiras e Exóticas Cultivadas) que diz que ele é levemente doce. Não achei muito, não. Diria até que é um pouquinho salgado. E sabe, bem de longe, a castanha, a noz.

No Amazonas e arredores, o fruto é bem comum. Em Manaus, no centro principalmente, em quase toda a esquina tem alguém vendendo. E é normal ver os próprios vendedores descascando e despolpando o fruto, depois armazenado em sacos plásticos enormes, vendidos para as lanchonetes da cidade.

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Lá, o equivalente (em importância no café da manhã, que fique bem claro) ao pão na chapa paulistano é o “x-caboclinho”, um sanduíche regional feito com tucumã e queijo coalho aquecido na chapa.

Também se faz tapioquinha – o trio perfeito, na minha opinião, leva tucumã, queijo coalho e castanha-do-pará (não esta que encontramos aqui, já torrada, mas a fresca, extremamente úmida e untuosa, que lembra a textura de coco). A Beta, uma cozinheira que vivia às margens do rio Urubu, afluente do Negro, comia a polpa do fruto com café e farinha.

Bem, não foi desta vez que a saudade do tucumã passou. E para início de conversa (ou fim, melhor dizendo) este post era para ser sobre a banana prata mel (e sobre como é bacana encontrar outras espécies de alimentos que nem sempre achamos em feiras livres nem em mercados). Mas isso vai ter de ficar para outro post…

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