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Comida

Você nunca mais viverá sem esta torta

Torta de ricota com frutas vermelhas (Foto: Fernando Sciarra)

Você nunca mais viverá sem esta tortaFoto:

Tem certas coisas que você, de repente, se dá conta de que jamais poderia ter vivido sem. Foi assim com esta torta aí de cima. Caí de amores por ela sem nunca tê-la experimentado. Minha editora chegou um dia à Redação, fazendo propaganda da tal torta. Descreveu com tanto prazer, que minha boca imediatamente encheu d’água, apesar de eu não ser devota das coisas doces. Era feita com uma ricota fresquíssima, do laticínio Gioia.

Por e-mail, Roberto Smeraldi, que havia feito a torta provada pela minha editora, passou os ingredientes, as proporções a serem usadas e o modo de preparar. Ricota e frutas vermelhas compradas, calculei as medidas e fui para cozinha levando só esta anotação. As amêndoas da massa troquei por castanha-do-pará e, talvez sugestionada pelas outras tortas de ricota que já tinha provado, enfiei a torta no forno para assar com o recheio. Lembro bem de como ela perfumou a casa inteira, mas havia algo de errado. A massa ficou úmida, tudo se desintegrava só de olhar. Aquela não era a torta sonhada.

Ainda assim, não tinha me dado conta de onde exatamente eu tinha errado. Só depois, quando a fiz pela segunda vez (e, aí sim, com a receita lida direito), notei o tamanho da heresia: eu tinha assado a ricota! “Sem assar… A ideia é comer a ricota crua! Caso contrário vira uma torta normal de ricota”, respondeu Smeraldi, por e-mail, provavelmente inconformado com o fato de eu ter acabado com o que faz a ricota Gioia ser diferente: o frescor e textura. (Leia aqui o texto que Smeraldi escreveu no Paladar sobre esta ricota.)

Deslize corrigido, nunca mais estraguei a ricota – ela é bem cara, melhor mesmo não arruiná-la. E lá foi a ricota, feliz e satisfeita, fresquinha de tudo, para cima da massa fria. Branquinha que só, fica linda com aqueles pontos de cor (amoras, framboesas e mirtilos) espalhados por cima dela. É meu ideal de sobremesa. Perfeita, eu diria. Leve, nada enjoativa, bonita e sedutora. Para aqueles dias em que tudo o que a gente quer é alegrar a mesa.

E ainda por cima é fácil, não toma muito tempo. É só derreter 250g de manteiga salgada em banho-maria e misturar 200g de farinha de trigo, 250g de amêndoa moída fina (prefiro usar castanha-do-pará), 150g de açúcar e 2 ovos, manualmente, até obter uma massa homogênea. Depois, envolva-a num pano (uso papel-filme) e guarde na geladeira por, no mínimo, 30 minutos.

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Espalhe a massa numa fôrma redonda, apertando para deixar com cerca de 1 cm de altura e bordas de 2 cm. Cubra com um disco de papel-manteiga e coloque por cima 150g de feijão cru (deixe fazer peso, sem machucar a massa, ou aquelas bolinhas de cerâmica próprias para isso). Asse em forno preaquecido a 250°C até a borda mudar de cor (aproximadamente 20 min). Tire do forno, remova o papel e os grãos e espere amornar.

Ponha 600g de ricota fresca para escorrer sobre uma peneira fina por 30 minutos, para escorrer o soro, sem espremê-la. Bata-a suavemente com 40g de açúcar e coloque sobre a massa já assada e morna. Decore com 150g de frutas vermelhas frescas, como framboesa, amora, mirtilo e sirva em temperatura ambiente, imediatamente (ela se mantém fresca por três horas).

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