Gastón em seu restaurante Panchita. FOTOS: Tiago Queiroz/Estadão
Gastón entregou as cozinhas de seus restaurantes a chefs executivos – faz uma ronda semanal pelas casas e se detém onde precisa provar novos pratos. Experimenta, cutuca, abre, mexe e depois dá as ordens – o hambúrguer de quinoa, novidade da hamburgueria Papacho’s, precisava ser menor para ficar dentro do pão; o novo canelone negro con salsa chupe do italiano Los Bachiche estava impecável, mas a porção era pequena.
Hambúrguer vegetariano de quinoa
Ele não cozinha mais – e nem quer. Aliás, não faz questão nem de falar de comida. Em cinco horas de entrevista, do que ele menos falou foi comida. A conversa começou às 11 da manhã, quando o motorista/segurança abriu a porta do Land Rover blindado para a reportagem e Gastón Acurio anunciou que faríamos a ronda aos restaurantes e, se desse tempo, iríamos ao mercado de Surquillo. O papo logo enveredou para os projetos sociais: a horta escolar, projeto-piloto que está implantando em escolas da periferia de Lima em que as crianças cultivam os alimentos; a universidade de gastronomia, que vai construir num terreno que acaba de adquirir a 50 quilômetros da capital; e o revezamento de chefs nas aulas em Pachacutec.
Mais que o sucesso do império, a influência do chef, seu papel na divulgação da cozinha peruana, ou o trabalho para o fortalecimento da ligação entre a terra e a cidade, o prêmio especial que Gastón Acurio vai receber em setembro é o reconhecimento por seu trabalho social.