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Restaurantes e Bares

Yorimichi: novo bar izakaya leva você até o Japão

Clima acolhedor, variada carta de saquês e grelha central fazem você se sentir dentro de um bar de Tóquio em plena São Paulo

A grelha. Tudo gira em torno dela no izakaya do chef Ken Mizumoto. Foto: Tiago Queiroz|Estadão  Foto: Tiago Queiroz|Estadão

Quando fui conhecer o novo Yorimichi, tinha acabado de aprender, na minha aula de japonês, a pedir comida. Por engano, recebi um cardápio só no idioma nipônico e aí foi que me empolguei. Chamei a garçonete e gaguejei uma frase; ela me devolveu uma cara de dúvida absoluta. Logo percebi que eu fazia o papel do turista que acha que é local, ou do careca que tenta disfarçar o deserto capilar com comb over, à la Donald Trump: ridículo – eu estava nu e não sabia. Fui salvo pela complacência da garçonete, que me corrigiu e conduziu o resto do serviço com muita graça e simpatia.

Assim entendi que, mesmo sendo uma casa que não faz concessões a ocidentalismos, o Yorimichi é muito acolhedor, não intimida neófitos. Tem o mesmo dono, Ken Mizumoto, mas é diferente do Shin Zushi, ótimo e tradicional restaurante de cozinha japonesa frequentado pela comunidade e que não é lá muito simpático com quem não é amigo da casa. Afinal, o Yorimichi é um izakaya, um boteco japonês, para relaxar, beber e comer, ao fim de um dia de trabalho. E cumpre muito bem essa proposta.

A grelha. Tudo gira em torno dela no izakaya do chef Ken Mizumoto Foto: Tiago Queiroz|Estadão

Pela ordem: o ambiente pequeno, com 15 lugares no balcão em torno de uma grelha (que não impregna o ar graças a uma silenciosa coifa), cheio de garrafas, gente e madeiras, é agradável. Toca música pop nipônica e só falta fumaça de cigarro para você se sentir em Tóquio. Há salas no andar de cima também.

No quesito beber: há uma rara, porque variada, oferta de saquês, shochus, uísques e três cervejas. Você não vai gastar pouco se ceder à sede etílica, mas tem boas opções na mão. 

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E, por fim, as comidas, simples e de alto nível. Quase tudo recebe o calor das brasas de carvão: frango e seus miúdos; quiabo, berinjela e companhia; língua de boi ou a barriga de porco chegam nos pontos ótimos de cozimento. O negócio é ir pedindo espetos e porções. E se a fome apertar, tem pratos mais fornidos, com arroz na base e pancetta, ovos, verduras ou tartar de carne por cima. Os preços são justos pela qualidade do que se oferece. Vale o Yorimichi (que significa dar um passadinha num lugar em vez de ir direto para outro, um desvio estratégico, segundo minha professora de japonês). 

O MELHOR E O PIOR

PROVE

Os yakitoris. Coraçãozinho, sobrecoxa, moela... Tudo do frango na brasa é uma delícia aqui. Nasumiso. A acidez cruel da berinjela some; sobra uma fresca e carnuda verdura. O sutamina don. É para os fortes: cará ralado, ovo, carne crua, quiabo sobre arroz.

EVITE 

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A vieira na manteiga. É dos itens mais caros do cardápio, não compensa. O sorvete de melancia. É uma bolinha superdoce com uns pontos de chocolate; não vale R$ 17.

No Yorimichi, de Ken Mizumoto, o foco são os espetos japoneses grelhados. Aqui, espeto de frango (sobrecoxa desossada) intercalado com cebolinha. Foto: Tiago Queiroz|Estadão

Estilo de cozinha: japonês, de boteco, com espetos sobre brasas.Bom para: jantares informais no balcão.Acústica: a casa é pequena; afora as salas reservadas no andar de cima, fica todo mundo colado, a cozinha é aberta: ruído alto, no clima informal de bar. Vinho: não tem. Mas tem uma boa e variada oferta de outro fermentado, o saquê (que não é barato, de R$ 130 a R$ 700 a garrafa).Cerveja: só long necks e só Kirin (R$ 11), Original (R$ 15) e Sapporo (R$ 18). Água e café: nada de água filtrada cortesia (garrafinha a R$ 6). Mas tem chá, bom e à vontade.Preços: petiscos e espetos (R$ 6 a R$ 25), pratos principais (R$ 30 a R$ 50), sobremesa (R$ 17).Vou voltar? Sim. Para lembrar do Japão – sem restrição orçamentária.

Izakaya. 15 lugares no balcão em torno de uma grelha. Foto: Tiago Queiroz|Estadão
Omuraisu. Comfort food: omelete sobre arroz. Foto: Tiago Queiroz|Estadão

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SERVIÇO

YORIMICHI  R. Otávio Nébias, 203, Paraíso Tel.: 3052-0029 Horário de funcionamento: 18h30/0h30. Não tem valet. Não tem paraciclo.

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