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Restaurantes e Bares

Roy Choi assume cozinha de hotel

Por Jeff GordinierNew York Times

Roy Choi assume cozinha de hotelFoto:

Na mesma Koreatown em que cresceu, Roy Choi observa os prédios a partir do topo do Line, um novo hotel, e divaga: “K-Town é bem aqui, tem algo mágico, algo da velha Hollywood”. Chef-símbolo da comida de rua, o dono dos furgões Kogi já andava servindo suas criações em alguns endereços fixos. Agora, virou sócio do Line e assumiu a cozinha dos restaurantes do hotel, fixando-se de vez.

Roy Choi. O chef que puxou a onda dos food trucks nos EUA assume a cozinha de hotel. FOTOS: Emily Berl/NYT

Supervisiona o restaurante Pot, onde serve uma mistura de pratos coreanos com comfort food americana, comida inspirada na que cresceu comendo. Do forno saem pães cozidos adocicados e fatias de pizza de mac-and-cheese. “É soul food. Esse é meu restaurante de comida de alma”, diz Choi. “O que eu aprendi entre os altos e baixos da vida é isso: coma isto, aprecie aquilo. Essa é a alma, cara. Essa é a viagem.”

Roy Choi também assina o serviço de quarto – ao seu estilo, claro. Reúne no mesmo cardápio club sandwiches, spam (presunto) com ovos, burritos no café da manhã, mingau de arroz, arroz de porco frito. Mas o destaque do cardápio de room service chega numa embalagem térmica: é lámen instantâneo, servido com ovo e fatias de queijo americano derretidas – a cara de Choi.

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Vem embrulhado em um pano, que pode ser da Hello Kitty, de personagens de filme de terror ou outros elementos da cultura pop. “Você desembrulha ele e parece que você está abrindo um presente”, diz Choi. A inspiração vem do hábito das famílias coreanas de levar comida quando vão a festas.

O segundo restaurante do hotel é o Comissary, que abre nos próximos meses, instalado numa estufa no segundo piso. O chef, que faz questão de maximizar a presença de plantas em sua dieta, transformou frutas e vegetais em estrelas do cardápio do Comissary. Mas, nada impede que apareçam mergulhados em gordura de pato ou fatias de lardo. E não tem nada escrito, apenas fotos de pratos.

Prato de lámen que Roy Choi implementou no serviço de quarto do Line Hotel

Alçado à fama por um food truck, em menos de seis anos Choi passou da venda errante de tacos no trânsito para uma rede de furgões de comida que cobre a cidade, mudando o jeito de almoçar dos americanos.

Tudo começou em 2008, quando Choi ficou sem emprego em meio à grande crise econômica dos EUA. Com o amigo Mark Manguera, começou a rodar por Los Angeles vendendo tacos recheados com churrasco coreano em um caminhão. Eles chamaram a empresa de Kogi. Os tacos eram excepcionais e provocaram tantas filas que chamaram a atenção da crítica especializada. Roy Choi ganhou prêmios, seu perfil foi estampado em revistas e ele virou celebridade. Hoje, ao falar de seu revolucionário papel no boom de food trucks dos EUA, Choi deixa de lado a conhecida humildade: “Kogi mudou tudo. Fizemos uma transformação social que atingiu muitos níveis”.

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Kogi não foi o primeiro food truck de Los Angeles. Mas foi o primeiro a ter um exército de seguidores no Twitter. E foi aquele que acabou com o preconceito contra a qualidade da comida de rua. “Foi uma experiência cultural em que o ‘sujinho virou gourmet’”, diz Choi.

O que motivou o chef celebridade dos food trucks a assumir a cozinha de um hotel? Roy Choi apaixonou-se pela ideia de transformar o prédio obsoleto na joia da coroa de Koreatown.

SERVIÇO – The Line Hotel Boulevard Wilshire, 3.515, Koreatown, Los Angeleswww.thelinehotel.com

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 26/6/2014

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