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Restaurantes e Bares

Thai Chef tem autêntica picância tailandesa

Chef tailandesa se esforça para engrossar o caldo da cultura thai em São Paulo, onde imigrantes são escassos; de suas mãos saem pratos caprichados em sabor e visual

O mais conhecido dos pratos tailandeses, o pad thai, neste caso com camarão, está presente no cardápio. Foto: Nilton Fukuda|Estadão Foto: Nilton Fukuda|Estadão

Comida thai é um troço excitante. Fresca, picante, tropical. Mas entre nós sempre foi penduricalho exótico: aqui e ali um pad thai pinta em restaurantes genericamente asiáticos. Afinal, é razoável resumir a gastronomia daquele diminuto continente em um cardápio só, não? 

Não, é claro. E a explicação mais óbvia para a falta de restaurantes exclusivamente de comida tailandesa é que a comunidade de imigrantes tailandeses no Brasil – os dados são da Organização Internacional de Migração – tem 549 pessoas. Aí não tem jeito, o caldo de cultura thai fica ralo. A chef Fabiana Kritsanakan, no entanto, se esforça para engrossá-lo.

O mais conhecido dos pratos tailandeses, o pad thai, neste caso com camarão, está presente no cardápio Foto: Nilton Fukuda|Estadão

Vamos, então, já ao ponto: come-se bem no Thai Chef. Das entradas às sobremesas, você vai provar comida autêntica da Tailândia. As frituras do começo, o tót man pla, bolinho de peixe com curry vermelho, e o kung roll, camarão envolto em fina massa crocante, são muito bem feitas. Assim como o satay, espetinho de frango ou lombo, que passa um dia no leite de coco antes de ir para a grelha, e chega à boca em sabor delicado.

Aqui vale mencionar a apresentação dos pratos: caprichada e inusual, porque sempre enfeitada com temperos e ingredientes que não costumamos ver juntos por aqui – rodela de laranja sobre cenoura ralada, por exemplo, ou folhas de kaffir. Os pratos eles mesmos vêm em formatos curiosos, os curries e as sopas em potes de louça com pés, massa em prato-barquinho. E ainda tem onipresentes potinhos, que guardam os ótimos molhos, de amendoim, pimenta, ervas – há um específico para cada item do cardápio.

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Os principais vêm em boas porções, divisíveis em dois e suficientes se precedidos por entradas. Há três tipos de curry: o verde, o vermelho, o tradicional (amarelado) – podem vir com frango, carne ou camarão (as “proteínas”, diz o cardápio, em odioso neologismo nutricionista), um feliz exercício gastronômico provar cada um deles. O clássico pad thai está lá: vai agradar quem gosta da massa de arroz adocicada com toque cítrico, bem fornida em recheios: ovos, tofu, brotos e a “proteína selecionada”. Os camarões, em especial, são muito bem tratados no Thai Chef.

Ambiente do novo Thai Chef. Genuína comida tailandesa. Foto: Nilton Fukuda|Estadão

Para encerrar, o kanom krok, bolinha de pudim de arroz e coco tostada por fora e semicrua dentro, é curioso, bom, um pouco enjoativo para mim.

Ah, um lembrete final: deixai todo temor da pimenta, vós que entrais no Thai Chef (deixai na entrada, junto da porcelana multicolorida que ocupa sozinha, sobre uma mesa, a primeira sala da casa, forrada de papéis de parede também multicoloridos). O garçom avisa sobre os pratos condimentados e você escolhe entre os níveis de picância – o primeiro está de muito bom tamanho; o terceiro, dizem, não testei, desperta o dragão dentro de você.

CONTEXTO

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A chef Fabiana Kritsanakan mora no Brasil há cinco anos. Fabiana foi adaptação para o nosso português: o nome dela é Fa, ou Pha. E é ela que comanda a cozinha do Thai Chef, aberto há pouco mais de um mês numa casa na Aclimação. Fabiana é da região de Isan e, na Tailândia, ajudava na cozinha do restaurante de seus pais. Em sua cozinha paulistana, tem apenas funcionários tailandeses.

A chef tailandesa Fabiana Kritsanakan Foto: Nilton Fukuda|Estadão

O MELHOR E O PIOR

PROVE

O kang mussamun, ótimo curry amarelado, com leite de coco, saboroso, encorpado.

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O tom yum gung. A célebre sopa thai vem com camarões no ponto, sem miséria, picante e perfumada.

O khao pad sapparod; o arroz jasmin com curry vem dentro de um abacaxi, adocicado na medida.

EVITE

O ice cream tod. Delicado como uma bomba atômica: sorvete Ben & Jerry de banana empanado.

O pratos do executivo; o preço é bom, mas, se você quer comida autêntica thai, não é o caso.

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Kang mussamun. Curry amarelo, leite de coco e proteína de sua preferência. Foto: Nilton Fukuda|Estadão

Estilo de cozinha: tailandesa tradicional.

Bom para: jantar ou almoço casual, com amigos que curtam uma comida condimentada.

Acústica: o nível de ruído é bem controlado; ouve-se o parceiro de mesa bem – assim como a trilha sonora thai.

Vinho: está nos planos da casa criar uma carta de vinhos; ainda não há.

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Cerveja: malte e lúpulo vão bem demais com curries e pimentas. O pessoal do Thai Chef sabe disso e oferece 11 tipos de cerveja, entre R$ 9 e R$ 35.

Água e café: nada de água filtrada da casa, infelizmente. Ao menos a garrafa é de 500 ml e de vidro (R$ 5,60). Café só encapsulado, Nespresso (R$ 6).

Preços: entradas (R$ 23 a R$ 39), pratos (R$ 37 a R$ 78); sobremesas (R$ 22 a R$ 25).

Vou voltar? Vou, sim, é um raro bom e autêntico tailandês e tem pratos que ainda quero provar. 

SERVIÇO

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Thai Chef Av. da Aclimação, 297, Aclimação Tel.: 2389-4199 Horário de funcionamento: 12h/16h e 18h30/23h30 (fecha seg.) Não tem valet Não tem paraciclo

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