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Restaurantes e Bares

Trama policial se mistura com a história do Romanée-Conti

Por Guilherme Velloso

Trama policial se mistura com a história do Romanée-ContiFoto:

No início de 2010, o Domaine de la Romanée-Conti (DRC) uma das vinícolas mais cultuadas do mundo, sofreu tentativa de extorsão. A ameaça era destruir um dos vinhedos mais valiosos do planeta (e também, como se descobriu depois, o do Domaine Comte Georges de Vogué, outro ícone da Borgonha). Partindo desse evento policial relativamente pouco divulgado à época, o jornalista americano Maximillian Potter escreveu A História do Romanée-Conti (e a trama para destruir o melhor vinho do mundo).

Como o longo título deixa claro, o livro, que está sendo lançado no Brasil, entrelaça a trama policial com a história do próprio Domaine e de seu famoso vinho. Para fazê-lo, Potter leva o leitor pela história da França, acompanhando intrigas envolvendo o Príncipe de Conti na corte de Luis XV, de quem era primo e chefe de gabinete.

FOTO: Gui Gomes/Estadão

Mas boa parte das pouco mais de duzentas páginas se concentra na história do Domaine a partir do século XX e, principalmente, da entrada em cena de Aubert de Villaine, personagem mais importante do livro e ainda hoje principal dirigente do DRC, de que sua família é uma das proprietárias.

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Não faltam intrigas envolvendo disputas comerciais de baixo nível, como a que confrontou de Villaine e Lalou Bize-Leroy, herdeira da família que detém participação acionária equivalente à dos de Villaine na propriedade. E que culminou com um rumoroso processo judicial e a saída de Lalou da co-direção.

São episódios como esse e a própria trama policial – que inclui até a clássica cena da entrega de uma sacola com 1 milhão de euros num pequeno cemitério –, que dão sabor à narrativa de Potter, já que ele não se preocupa muito com o vinho em si.

Potter é um experiente jornalista policial, sem intimidade com o mundo do vinho. Ele admite que até começar a pesquisar para escrever a reportagem que acabou virando livro não se recorda de ter tomado uma única taça de um vinho da Borgonha (a primeira que bebeu, extasiado, oferecida pelo próprio Aubert de Villaine, foi de um La Tâche 2008, também do DRC e quase tão caro quanto o Romanée).

Como, dificilmente, alguém terá condições de comprar uma garrafa de Romanée-Conti ou de La Tâche, o livro é uma alternativa para quem gosta de vinho e história.

A História do Romanée-ContiAutor: Maximilliam PotterEditora: Zahar (232 págs.)Preço: R$ 49,90

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>> Veja a íntegra da edição de 19/11/2015

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