Serão os efeitos da crise econômica? Também, mas a reportagem parece apontar em outra direção. A crise dos bistrôs na França é de identidade: o francês não se relaciona mais com os cafés, e a vida moderna não tem sido capaz de preservar os laços de vizinhança que eram a cara das cidades francesas.
Há outros senões. Uma pesquisa feita em 2007 afirmava que 60% dos bistrôs ainda não vendiam Coca-Cola Diet e, diferentemente dos bares de tapas espanhóis e pubs ingleses, os bistrôs franceses não incorporaram às instalações da casa o famigerado telão, tão popular em dia de jogo de futebol – e, talvez, uma das tábuas de salvação desses estabelecimentos na Espanha e na Inglaterra.
A situação, é claro, é pior no interior. Enquanto houver turistas - e em Paris há aos montes - haverá esperança. Entrevistado, o proprietário do Le Fontenoy, um bistrô em Fontenay-Saint-Père, a 56 quilômetros de Paris, quer fazer do seu restaurante um ponto de encontro e promover cafés filosóficos e leituras infantis. Será esta a saída?