PUBLICIDADE

Restaurantes e Bares

Um bistrô franco no centro do Rio

Em meio à confusão de obras, de grandes restaurantes por quilo e de lanchonetes, o pequeno L’Atelier du Cusinier reproduz sem talheres de prata, com boa comida do dia a dia e vinho gostoso, o ambiente e a gastronomia da França

Alguma vez na vida você deve ter tomado um drinque com cerveja. Se esqueceu é porque talvez ele tenha sido bebido naquele momento da empolgação, quando alguém sugeriu fazer um submarino, famoso “embriagador” preparado com a cerveja que está à mão e o Jägermeister da prateleira. Essa história mudou. Coquetéis com cerveja estão na moda e evoluíram da empolgação sem juízo para receitas criadas por barmen mundo afora.Foto:

Por Luciana Nunes LealRIO

A inscrição L’Atelier du Cuisinier na lateral da casa centenária chama atenção de quem passa na rua estreita de paralelepípedo no meio do caos do centro do Rio, em tempos de obras por toda parte. Às 7h, o chef francês David Jobert já está no aconchegante bistrô de 41 m² e apenas 26 lugares. Ao meio-dia, abre as portas e atende os clientes, sempre com reserva antecipada, até as 15h, de segunda a sexta. É um espaço raro na região, tomada por grandes salões de almoço por quilo, bares e lanchonetes com pratos executivos e filiais de casas da zona sul. O bistrô de Jobert reproduz o ambiente e a gastronomia da França, sem formalidades.

Alguma vez na vida você deve ter tomado um drinque com cerveja. Se esqueceu é porque talvez ele tenha sido bebido naquele momento da empolgação, quando alguém sugeriu fazer um submarino, famoso “embriagador” preparado com a cerveja que está à mão e o Jägermeister da prateleira. Essa história mudou. Coquetéis com cerveja estão na moda e evoluíram da empolgação sem juízo para receitas criadas por barmen mundo afora. 

Déjeuner. Dourado com molho de camarão, ciboulette e arroz negro. FOTOS: Wilton Junior/Estadão

Jobert conta que, no início, alguns clientes estranhavam coisas como o queijo servido entre o prato principal e a sobremesa. “Às vezes colocamos escargot em algum prato, teve cliente que experimentou pela primeira vez. Noventa por cento nem pedem o cardápio, escolhem direto as sugestões do dia.” As maiores atrações são o menu executivo (R$ 75) e o menu surpresa (R$ 110). A primeira opção tem amuse-bouche (sopinha fria ou quente), entrada, prato quente e trilogia de sobremesa. Aos que escolhem o menu surpresa, o chef pergunta apenas se têm alguma restrição alimentar. E prepara amuse-bouches, duas entradas, prato principal e mix de sobremesa. No dia que Jobert recebeu o Paladar a combinação era sopa fria de tomate com hortelã e manjericão enfeitada com uma pitada de curry negro; de entrada, salmão marinado com tomate-cereja e ponta de aspargo, mix de folhas com vinagrete de amora com tatin de queijo de cabra e escargot à la bourguignonne. O prato quente era dourado com molho de camarão, ciboulette e arroz negro. De sobremesa, creme brulée de chocolate branco com baunilha, tartelete de goiabada com uva-passa e sorvete de tangerina.

PUBLICIDADE

Trés francês. Salada com tatin de chévre e escargot

Os clientes também podem escolher pratos individuais (entradas a partir de R$ 26, principais a partir de R$ 59 e sobremesas a partir de R$ 18). Há opção de tábua de queijo por R$ 19 e café com cinco minidoces a R$ 16,50. “Gosto da cozinha tradicional, com respeito ao produto. Mas o mais importante para mim é a identidade, valorizar a gastronomia francesa. Queijos, pato, molho bourguignon. Uso mais maçã, pera e figo que manga. Mas tem que adaptar um pouco. Brasileiro gosta de arroz. Quando vem um cliente francês, ele quer algum ingrediente brasileiro, quer provar um vinho brasileiro ou argentino.”

Du jour. O chef David Jobert escreve as sugestões do dia

Nascido em Vesoul, no nordeste da França, Jobert saiu de casa aos 16 anos para trabalhar em Mônaco, voltou à Franca, cozinhou na Alemanha, no Líbano e chegou ao Brasil em 1998. Trabalhou na rede de hotéis Intercontinental do Rio e de São Paulo, onde comandou o restaurante Tarsila. Antigo companheiro dos tempos do trabalho em hotéis, Luiz Antônio Marins é o braço direito do chef no L’Atelier du Cuisinier. É Marins quem, às 6h30, compra peixes e frutos do mar no Mercado São Pedro, em Niterói, ou direto na colônia de pescadores perto de sua casa. Atende no salão, trabalha no caixa e faz pequenos consertos, se for preciso. Jobert cuida da compra de carnes, verduras e legumes. A equipe completa é formada pelo chef e quatro funcionários – dois na cozinha, dois no salão. “No começo, éramos eu, Marins, meu filho e minha mulher”, lembra Jobert.

SERVIÇO | L’Atelier du CuisinierOnde: Rua Teófilo Otoni, 97, CentroTel.: (21) 3179-0024Quando: 12h/15h (fecha sáb. e dom.) Só com reserva.

PUBLICIDADE

>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 29/1/2015

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE