Quando a pandemia começou, muitos bartenders e outros profissionais da coquetelaria abraçaram as 'lives' como forma de manter contato com o público, divulgar o próprio trabalho e etc. e tal. Bares e marcas também aderiram ao formato - causando uma inundação no Instagram.
Claro, não demorou para os detratores do formato ganharem força nas redes sociais.
Felizmente, eles estavam enganados. As 'lives' sobreviveram, venceram e ganharam relevância. Hoje, existe um cardápio interessante para os aficionados no assunto.
No Balcão de hoje, batemos um papo com a jornalista e bartender, dona do Espaço Zebra. Ela é a responsável pela 'lives' mais instigantes deste momento. Durante suas transmissões, Néli vai além do coquetel e fala de cultura, política e brasilidades em geral.
As lives da Néli acontecem às terças, quartas e quintas, sempre às 19h30. Acompanhe no Insta: @neli_pereira
Nessa breve entrevista, Néli fala de produção de conteúdo e de beber como um ato consciente e politico. Leia a seguir:
No começo da pandemia muita gente torceu o nariz para as 'lives'. Você sempre confiou que elas seriam um veículo legal para troca de ideias?
Eu fazia 'lives' no ano passado. Fiz várias sobre ingredientes brasileiros. Por coincidência, três semanas antes de entrar em quarentena, eu fiz um 'live' falando sobre consumo responsável de álcool. Sempre achei que era uma forma eficaz de se comunicar. Por conta da minha trajetória como jornalista, com 20 anos de rádio ao vivo, eu sempre achei que elas seriam muito mais eficientes para engajar o público do que os vídeos do Youtube. A troca e o diálogo são muito mais proveitosos quando você está ao vivo. Acho que muita gente não fazia ao vivo porque tinha vergonha, não tinha traquejo. Quando veio a quarentena, pensei: não tenho mais um bar, certamente não tenho vários trabalhos que antes eu tinha. Então, vou focar na produção de conteúdo. Que é o que sempre gostei. A coisa mais chata da quarentena é quem fala mal das 'lives'.
Suas lives tem pauta e propósito. Como é essa produção?
Não entrei no universo da coquetelaria por causa dos drinques. Eu entrei por causa do Brasil e dos ingredientes brasileiros. Para mim, a coquetelaria sempre foi uma ferramenta para se falar de outras coisas. Para, por exemplo, tratar de um assunto importante que é a nossa descolonização. Seja do pensamento, do paladar... Nunca pensei em coquetelaria como um fim nela mesma. Quando comecei a fazer as 'lives' era natural que, primeiro, como jornalista eu pensasse em abordar diversos assuntos; e depois que elas tinham que trazer informações para não virar apenas um banco de receitas... Eu penso as pautas procurando o que faz sentido a gente discutir nesse período. Trago referências bibliográficas e sempre tento trazer ingredientes nacionais. Vejo no calendário datas que podem ser significativas para trabalhar (Néli já fez lives sobre cultura caipira, sincretismo religioso... ). Não é só a receita. Essa é a diferença entre a receita e o conteúdo.
E do ponto de vista técnico?
O Renato Larini (maridão) é o diretor artístico de tudo. Ele faz a luz, a trilha, tudo mais. A gente juntou a sede com a vontade de beber porque além de artista plastico o Renato trabalhou como pós produtor de cinema e já foi diretor de arte de audiovisual.
Suas 'lives' têm um claro conteúdo político?
O posicionamento é fundamental hoje em dia. Nós vivemos um momento histórico em que não se posicionar é medíocre. Eu sai do jornalismo da grande imprensa também por uma vontade de me posicionar. Não tem mais lugar para pessoas que produzem conteúdo e não se posicionam. Nada mais urgente e contemporâneo do que se posicionar. Outra coisa, beber tem que ser um ato consciente. Ainda que seja uma diversão, um prazer, uma luxuria... Primeiro, ele deve ser consciente porque estamos falando de álcool. Segundo, ele é consciente porque não faz a menor coerência a gente consumir cosméticos naturais, pasta de dentes naturais e tomar refrigerante com destilado. Beber, nesse sentido, é um ato político. Sei que afasto alguns trabalhos por isso. Mas não vou mudar minha postura. Essa é a minha visão de pesquisadora e de jornalista. Eu não conseguiria ser uma bartender alienada.
Falamos pouco do Brasil no copo, não é?
É muito mais World's 50 Best do que Tia Coló, do que índio pataxó. É muito mais benchmark manhattan do que Belém; do que sertão, do que aldeia indígena... Existe um movimento de falar para o Brasil quando falamos para fora, mas precisamos falar para quem está aqui. Tem muita babação de ovo...É claro que gente tem bastante a aprender com técnicas, destinados e bartenders de fora, mas temos muito o que fazer aqui dentro.
Mudando de assunto: o Zebra vai reabrir em breve?
Não vamos reabrir enquanto não seja absolutamente seguro. E pode ser que o absolutamente seguro só acontece quando a vacina estiver entre nós. Mas, quando reabrir, vamos reabrir com outra configuração e novidades. O bar não volta com o mesmo formato que ele tinha.
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Por falar em lives!
O head bartender do Seen São Paulo, Heitor Marin e bartenders convidados, estão ensinando receitas de drinques nas lives do @seensaopaulo. A primeira live aconteceu no dia 2 de julho, com Marin e Jessica Sanchez. As próximas lives são:
- Quinta-feira (16/7) às 18h: Live com Heitor Marin, head bartender do Seen São Paulo e o bartender Kennedy Nascimento ensinando a fazer drinks com Tanqueray N° Ten. - Quinta-feira (30/7) às 18h: Live com Heitor Marin, head bartender do Seen São Paulo e a bartender Talita Simões ensinando a fazer drinks com Ketel One.
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Aniversário
No último dia 2 de junho, o Sylvester Bar completou 2 anos de vida. Por enquanto, a comemoração é assim de longe, mas logo os clientes poderão dar um abraço no mestre Frajola e em sua equipe. Vida longo ao Sylvester.
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Novidades
Frank Bar
Shot 1. O Frank Bar lançou a plataforma de coquetéis sob encomenda, o "Frank Bar na sua Casa". Nela, os clientes poderão escolher entre oito opções de drinques. Os coquetéis tradicionais têm valor de R$ 75, enquanto as criações exclusivas saem por R$ 80. Cada garrafa comporta 160 ml, equivalente a cerca de duas doses. O cliente recebe ainda as guarnições. Retiradas na Rua São Carlos do Pinhal, 424 (mediante agendamento prévio realizado no momento da compra). Encomendas pelo site: www.maksoud.com.br/restaurante-bar/frank-bar.
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Bio Bar
Shot 2. O Bio Bar nasceu para ser um bar itinerante, mas a pandemia do coronavírus fez com que o projeto se transformasse em um serviço de delivery de coquetéis. Na carta, drinques clássicos e sazonais. Os pedidos podem ser feitos pelo Instagram ( www.biobar.com.br.
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At Home Speakeasy
Shot 3 - A bartender e chef de produção do Frank Bar, Adriana Morais, e Rafael Pires Domingues, bartender do Frank Bar, juntaram forças para criar o At Home Speakasy. O serviço de coquetéis delivery estreia com 3 criações da dupla: o cachaça-tai, o banana old fashioned e o tangerina sour. Os pedidos devem ser feitos pelo WhatsApp 99298- 0634.
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Jazz Factory e Quincas Bar
Shot 4. O Jazz Factory e o Quincas bar são parceiros no delivery de coquetéis e criações do bartender Bryan Rocha. Destaque para o Yoda Juice (com néctar de rúcula). Você pode pedir pelo Ifood ou pelo telefone 3675-6337.
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Penicillin
Shot 5. A Easy Drinks lançou um o kit para o Penicillin, uma das receitas mais importantes da coquetelaria moderna. A caixa para o Penicillin (R$ 42) é composta por seis sachês de limão-siciliano e gengibre e um borrifador de mel líquido. Os produtos podem ser encontrados no e-commerce da marca (loja.easydrinks.com.br/), que entrega para todo o Brasil, e em pontos de venda, como a rede St Marche (SP), Drink Kings (RJ) e SuperNosso (MG).
Komah e Apothek
Shot 6. A linha de drinques engarrafados do Apothek com bares e restaurantes continua crescendo. Agora é a vez da parceria com o restaurante Komah. Desta vez, o coquetel tem como ingredientes vodca Ketel One, soju, amaro, caramelo de shoyu e Talisker. Os pedidos devem ser feitos pela loja do Apothek.
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Fire
Shot 7. A aposta da Brown-Forman Brasil para esse inverno é o Jack Daniel's Tennessee Fire. A bebida traz um toque de canela ao famoso Jack Daniels Old Nº7. O preço sugerido do Jack Fire é de R$ 149,90.
Delivery SP e RJ
SP
Sip Lovers
Os Sip Lovers, grupo que tem atuado na distribuição de garrafinhas para bares realizarem seus deliverys com menos custo, inaugurou sua própria loja virtual para venda de coquetéis. Na plataforma, é possível encontrar drinques autorais de bartenders convidados e clássicos modernos. Na estreia, os bartenders convidados são Jean Ponce (Guarita Bar), Marcelo Serrano (Venuto) e Adriana Pino (vencedora do World Class Brasil 2018). Conheça e peça os drinques no www.siplovers.com ou no Instagram @siplovers.
Staff CocktailsO Staff Cocktails começou a operar nessa semana com delivery de drinques. No cardápio, coquetéis como negroni, old fashioned, gim tônica, macunaíma e a possibilidade de pedir drinques específicos (sujeito à disponibilidade). Eles têm 250 ml (três doses, em média). Os pedidos podem ser feitos via DM (@locale.caffe) ou diretamente no local, das 8h30 às 22h. É possível pedir versões de Aperol Spritz, Negroni e Dry Martini engarrafados, todos por R$28. O Locale Caffè fica na Rua Manuel Guedes, 349, Itaim Bibi.
Molotov BarO bar também iniciou o seu serviço de delivery de coquetéis. São oito opções em diferentes tamanhos, acompanhadas de gelo transparente e guarnições. Pedidos pelo goomer.app/molotov.
Adote um BartenderO projeto Adote um Bartender já começou a entregar drinques por delivery. Comprando os coquetéis do projeto, você também ajuda os profissionais da área que estão em situação mais difícil nesse momento do País. Por enquanto, os pedidos devem ser feitos pelo Ifood, no restaurante Graxa Discos.
Térreo Bar A cada final de semana, o Térreo Bar prepara uma carta diferente para o delivery. Os interessados devem consultar o Instagram do bar, @terreobar, e mandar seu pedido por DM.
Boca de ouro Os órfãos do Boca de Ouro (eu incluso) já podem respirar aliviado. O 'Boca' começa o seu delivery, com os pratos do chefe Alê, os drinques do Rodrigo Roso e todo charme e elegância deArnaldo Hirai e Renato Martins. Claro que o clássico 'bolovo e macunaíma' estão disponíveis. Os pedidos podem ser feitos pelo Ifood. Ah, finalmente o 'Boca' tem um perfil no Instagram, o @barbocadeouro.
The Lab The Lab voltou com seu próprio Delivery. Os pedidos podem ser feitos via Ifood ou direto no site do Thelabdelivery.com.br. Entre os autorais estão os surpreendentes Fish Martini, Influenza e o Black Berry Blood (que eram clássicos da carta do saudoso H. Gin).
Mule Mule Muleria A casa especializada em Moscow Mule está entregando delivery pelo Ifood, Rappi ou pelo telefone 3614-9098.
Riviera Bar Um dos mais tradicionais bares de São Paulo também está realizando delivery de drinques. Os clássicos da casa estão disponíveis pelo Ifood e pelo goomer.
Ipo Bar O Ipo está com delivery de drinques clássicos, como o gold rush, negroni, boulevardier (com um toque de manga rosa) e gimlet. As garrafas custam R$ 65 e rendem 4 coquetéis. Os pedidos devem ser feitos pelo direct do Ipo no Instagram, @ipobar.
Bang Bang Café O Bang Bang também iniciou o seu delivery de coquetéis artesanais e clássicos. Para pedidos, escreva para o WhastApp (94117- 7863).
Mix n' GinDrinques autorais e clássicos. Delivery e retirada. De 6ª a domingo, entre 18h e 23h. Pedidos pelo direct (@mixngin), WhatsApp (98073-5161) e telefone (2597-8090).
Imakay O restaurante e bar já está com serviço de delivery - inclusive com alguns drinques da carta. O pedido pode ser feito por WhatsApp 3078-7786. Logo, a carta do restaurante também deve entrar no Rappi.
Pineapple Bar Também está com drinques engarrafados para delivery. São cinco opções de clássicos (manhattan, dry martini, old fashioned, boulevardier e negroni). Cada garrafinha custa R$ 20. Pedidos pelos telefones 3031-2312/97071-0052 ou por mensagem direta no Instagram @pineapplebarsp.
Canoa Cervejaria Embora seja uma cervejaria, a Canoa tem dois coquetéis para entrega delivery. Eles podem ser pedidos pelo site canoaemcas.com.br.
Cama de Gato O cama de gato está fazendo delivery de kits para negroni, boulevardier, gim tônicas e muito mais. Os pedidos devem ser feitos pelo WhatsApp (95330-5499).
Rio de Janeiro
Liz Cocktail Co. O Liz Cocktail entrega em toda a Zona Sul do Rio de Janeiro ou pick up. Informações e pedidos via direct @lizcocktails.
Five Dollar Shake Drinks Entrega de 6ª e sábado na zona sul do Rio, Centro e Tijuca. Os pedidos podem ser feitos via direct @5dollarshakedrinks.
Vizinho Gastro Bar O Vizinho está nos aplicativos Ifood e Rappi. O bar também atende pedidos via WhatsApp (21) 97154-0841.
Shake Speake Easy Bar O Shake tem 10 opções de drinques de produção artesanal. Os pedidos podem ser feitos pelo direct @shakespeakeasybar ou pelo WhatsApp (21) 99369-0372.
Nosso O nosso está com delivery de clássicos da casa, como o negroni envelhecido e outros. Cada garrafa serve quatro drinques. Pedidos e informações pelo celular (21) 99619-0099.