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Confusão sexual para salvar uvas

Vinícola portuguesa usa difusor de hormônio contra praga

Usar de artimanhas sexuais como armadilha parece algo tirado de folhetim. Mas há casos em que se trata de uma técnica de agricultura. A duriense Quinta de S. Luiz, do grupo Sogevinus, adotou a chamada confusão sexual para proteger suas vinhas contra a traça da uva (Lobesia botrana), que machuca a fruta e permite a entrada de fungos.

Difusor usado nos vinhedos da Quinta de S. Luiz, no Douro, em Portugal. FOTO: Isabelle Moreira Lima/Estadão Foto: Estadão

 

O método consiste em espalhar nos vinhedos difusores que emitem uma onda de feromônios e assim "ocultar" o hormônio real que as traças fêmeas usam para atrair os machos. Eles ficam confusos com o odor e não conseguem encontrar seus pares.

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"Além de ser ecológico, o método é muito mais eficiente do que os inseticidas, com menos de 10% de perdas. Sem falar que não atingimos outros organismos", afirma Márcio Nóbrega, engenheiro agrícola responsável pela viticultura da quinta.

Márcio Nóbrega, responsável pelos vinhedos da Quinta de S. Luiz. FOTO: Isabelle Moreira Lima/Estadão Foto: Estadão

O difusor, que é importado do Japão, tem duração de um ano, mas é mais caro que os inseticidas, afirma o diretor. Ainda assim, o sucesso alcançado faz com que a vinícola, que produz uvas para diferentes marcas do grupo (Kopke, Burmester, Barros e Cálem) renove seu sistema a cada ano desde 2008, quando foi implantado.

A Quinta de S. Luiz fica situada na margem esquerda do rio Douro, na freguesia de Tabuaço. A Quinta tem hoje 90 hectares cultivados, onde são plantadas majoritariamente Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Cão. Há ainda pequenas plantações de Tinta Barroca e Souzão.

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