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Bohemia Confraria, atropelada pelo "mundo novo"

Na opinião deste humilde blogueiro, essa aí de cima é a melhor cerveja produzida no Brasil pela Ambev. O que não é exatamente um elogio, já que a frase foi feita no melhor (?) estilo "o maior sucesso de todos os tempos da última semana", tomando emprestada a música dos Titãs. Pelas bandas do meu copo, ao menos, a Confraria não fez muito sucesso ultimamente (vide a nota conferida). Mas não dá para negar que a cerveja em questão tem lá algum mérito. Senão vejamos: Quem navega pelo Orkut atrás de comunidades cervejeiras (elas existem aos montes) já deve ter notado que, não raro, é possível achar algumas com o lema "Odeio a marca x" ou "Não bebo a marca y" (as comunidades de ódio, aliás, só parecem ser superadas pelas "fulano com lasers", como, pensando hipoteticamente, "Baixinho da Kaiser com lasers"). Com a Ambev, que controla a maioria do mercado nacional, não é diferente. Críticas à parte, e como já tinha dito no post da Heineken, se a empresa resultante da fusão de Brahma e Antarctica merece loas por algo, esse algo, na minha opinião, é a possibilidade de produzir cervejas diferentes e levá-las a uma faixa maior de consumidores. "Ah, mas as microcervejarias nacionais são muito mais criativas...", alguém poderia dizer. Sim, são mesmo, mas não tem um alcance tão longo e estão mais sujeitas às "intempéries" tributárias. O resultado das inovações poderia ter ficado melhor? Na maioria dos casos, concordo. A inovação não "colou"? Shit happens (alguém lembra da Skol Lemon? Eu lembro. Medo...). Mas é outra questão. Outros grandes grupos cervejeiros ou ficaram no imobilismo das pilsens ou compraram receitas de sucesso já prontas. A Bohemia Confraria está no meio dessa discussão. Quando surgiu, teve o mérito de levar a um público um pouco mais amplo uma receita muito diferente das pilsens de todo dia (que leva aveia em sua composição), num momento em que o mercado de cervejas diferenciadas ainda crescia. Por si só, já valeria. Mas, hoje, ela acabou "atropelada" por dois fatores. Um deles foi o crescimento do mercado nacional: as microcervejarias passaram a apostar na escola belga, e colocaram no mercado produtos de qualidade superior à Confraria; em alguns casos, com preços bem competitivos (como a Eisenbahn Strong Golden Ale, por exemplo). O segundo fator foi o do aumento da importação de cervejas, entre elas as belgas. E nesse aspecto, ironia do destino, a própria Ambev acabou "jogando contra o patrimônio": pelo menos nos grandes centros brasileiros, a Confraria acabou virando "presa fácil", no preço e na qualidade, das Leffes Blond e Brune, por exemplo. Depois de muito tempo sem prová-la, resolvi fazer um "flashback" na semana passada. A conclusão? Acho que a preferia no passado, quando ainda não havia provado tantas outras cervejas belgas diferentes. Mas tem uma coisa: como a maioria dos bares ainda é bastante limitada em termos de cerveja. corre-se o risco, em alguns casos, de ter de se optar entre a Confraria e uma pilsen industrial. Nessa situação-limite, acho que apelaria à "tipo belga" da Ambev.

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