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Radinho: contra o "calor", boas cervejas

Já faz algum tempo que estou devendo um post sobre essa cerveja. Com o "calor" que a Sociedade Esportiva Palmeiras passou a tomar dos adversários no Brasileirão nos últimos dias, lembrei-me de que o idealizador do nome da nobre bebida fermentada deve estar vivendo momentos de alta ansiedade, e decidi alegrá-lo um pouco. A cerveja Radinho, de Morro Agudo (cidade de cerca de 25 mil habitantes lá para os lados de Barretos, Bebedouro e afins, no quente nordeste paulista), foi assim chamada pelo seu criador, o analista de sistemas Clóvis Eduardo da Silva, em homenagem ao pai, que ficou conhecido na cidade tanto pela pequena cantina que lá montou quanto por andar com o radinho de pilha "colado" ao ouvido durante os jogos do antigo Palestra Itália, hoje Palmeiras. Um tanto inevitável lembrar do filme "O Corintiano", do Mazzaropi, não pelo próprio ator, que interpretava um fanático torcedor do time do Parque São Jorge, mas pelo vizinho palmeirense igualmente "doente". Radinho também virou o nome do atual restaurante da família. Piadinhas à parte, a produção da Radinho começou em agosto de 2008, quando o Clóvis e um amigo que o acompanhava na degustação de cervejas importadas e artesanais brasileiras, o Luis Adriano de Oliveira Jorge, decidiram produzir as próprias receitas da bebida. A primeira leva acabou "fugindo" ao controle da dupla. "Não foi um total desastre, mas ficou um pouco exagerada no amargor e no teor de álcool. Queríamos uma cerveja que tivesse por volta de 5%, e ela ficou com 9,5%, porque erramos na quantidade de água", diz Clóvis. Algumas levas e progressos depois, as produções de 20 litros no "panelão", depois ampliadas para 50 litros, abastecem o restaurante da família. "Ficamos famosos por aqui e todos compram as garrafas antes mesmo de ficarem prontas". Mas a Radinho não é a única novidade por lá. O cervejeiro caseiro resolveu apostar também em ampliar a oferta da bebida, e calcula que, hoje, são vendidos 80 rótulos de cerveja lá. Apesar de ainda precisar de ajustes (como escrevi na ficha), a Radinho Stout, que leva cevada não-malteada torrada, valeu a curiosidade da degustação. Também é uma notícia boa saber que pequenas produções caseiras estão pipocando por todo Estado, para quebrar um pouco esse monopólio da "lager industrial sem graça", que, se é forte em São Paulo, capital, torna-se ainda mais irritante nas regiões mais quentes do Estado. Quando vou ao interior, por via das dúvidas, sempre coloco uma cerveja artesanal ou importada na mala. Poder consumir um produto local e diversificado, porém, é muito melhor.

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