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A contabilidade do hambúrguer

O preço da comida em restaurantes (e lanchonetes e bares) é um tópico dos mais frequentes deste blog. Não há como fugir dele, porque alguns valores são mesmo aviltantes. Já usei a imagem que vem a seguir, mas tenho de repetí-la. A contabilidade dos restaurantes me dá a impressão de ter chegado no mesmo nível da contabilidade das companhias aéreas: ninguém entende. O cliente acha caro (e é caro); o empresário reclama, pois diz que não ganha dinheiro. E quem está se divertindo, então? Na tentativa de discorrer sobre os mistérios da precificação (perdoem-me o termo; só estou me referindo à maneira como o estabelecimento define o preço final de um prato), quero então registrar um exemplo positivo. Na sexta passada, no Guia do Estado, o Ilan Kow falou na coluna O Poderoso Chefinho sobre a hamburgueria do Sujinho. Fica ali na Rua Maceió, ao lado da casa-mãe. É uma lanchonete simples, bem cuidada, agradável. E tem um hambúrguer de R$ 3,20. Pense alguns segundos e compare com os valores praticados por outras casas. Ok, o sanduba não é grande, são 80 g de carne (um tamanho que eu acho ótimo; o mercado está acostumando mal o público, com seus bifões e hambúrgueres gigantes de 300g, 400g). Mas a matéria-prima é boa, e a preparação é na grelha a carvão. Ou seja, estamos falando de um sanduíche bem feito, não de um carrinho informal montado na rua. O dono paga IPTU e outros impostos, tem garçons contratados, um ambiente limpo e organizado. E serve algo que custa R$ 3,20. Há no cardápio opções maiores e mais caras, claro.Mas eu me contentei com o de 80 g, só pão e carne. Primeiro porque, se ainda tiver fome, peço outro, e como a carne quentinha, feita na hora (confesso: ontem, eu tracei dois). Segundo, porque não sou fã de hambúrguer cheio de penduricalhos e acessórios. Questão de gosto. O proprietário do Sujinho não aceita cartão, é verdade. É só dinheiro ou cheque. Mas conseguiu criar algo decente por, repito, R$ 3,20.

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