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De cor e salteado

Quando foi composto o Tema de Lara? Sim, eu sei que faz parte da trilha da versão cinematográfica de Dr. Jivago (1965). Mas, convenhamos: não parece que ele sempre existiu? E Love Story? Alguém a escreveu, ou surgiu por uma espécie de geração espontânea? E, para sair das composições anglo-americanas, o que dizer sobre Et Maintenant, de Gilbert Bécaud? Conhecendo a letra ou não (eu conheço!), sua melodia não soa tão familiar quanto velhas cantigas de domínio público, de autor desconhecido? Estou desfiando esse rosário de hits do passado por causa das visitas ao La Paillote, tema da crítica do Paladar de ontem. A casa, que acaba de completar 60 anos, não abre mão de sua receita de resistência, os camarões à provençal; e também não mexe em sua trilha sonora ambiente. É o easy listening em sua mais precisa tradução: canções famosas dos anos 60, no máximo 70, em orquestrações leves, na melhor escola de Ray Conniff e Paul Mauriat. E, querem saber? A julgar pela observação do público (a maior parte, famílias que frequentam o restaurante desde os tempos pioneiros do Ipiranga), a impressão que dá é que alguns conhecem a sequência de faixas de cor. Tão claro e certo como pedir couvert, crevettes à provençale e marjolaine. Se você não ouviu essas e outras composições no sexagenário bistrô, provavelmente lembra delas de alguma sala de espera de médico, de um elevador, de uma festa beneficente. Já teve um mínimo contato, seja pelos próprios ouvidos; seja por intermédio de alguma misteriosa transmissão genética (seus pais ouviram!); ou por algum mecanismo de memórias atávicas. Goste-se ou não, são aqueles temas musicais, exageremos, que já viraram inconsciente coletivo...

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