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Deixa que eu tomo conta da garrafa

O mote que dá título a este post fazia parte de uma campanha publicitária antiga, de trinta anos atrás, talvez. Mas eu voltei a pensar nele - e a aplicá-lo - nos últimos tempos. Não é questão de desprezar o serviço ou menosprezar a sensibilidade de quem nos atende à mesa. Mas a garrafa (de água,de vinho etc) deveria ser de administração do cliente. Devemos nos abastecer conforme a sede, conforme o ritmo que imaginamos ideal para aquela refeição. Num comentário recente aqui no blog, o leitor José abordou o fato de a garrafa de água mineral chegar à mesa já aberta ou não - ele prefere ver a tampa sendo tirada. Isso varia. Há lugares onde o serviço tem por norma trazê-las abertas, para facilitar a vida do cliente. Outros fazem o trabalho mais à vista. Vai depender então do restaurante e, se este é um ponto que incomoda, acho que ele pode ser perfeitamente discutido com o garçom. Agora, não podemos nos esquecer que os restaurantes ganham com a água. Uma mineral dessas pequenas, pela qual algumas casas cobram R$ 5, R$ 6, deve mesmo render um lucro considerável. Os garçons, cordialmente, fazem questão de manter nossos copos cheios. E você, que em casa bebe 300 ml numa refeição, acaba tomando 900 ml - e pagando caro por isso. Vendedor de água, em resumo, irrita. Então, educadamente, acho que podemos pedir que os recipientes fiquem ali, ao nosso alcance. Se a mesa for grande, não tem problema: os amigos se ajudam, um serve o outro. Estimula a camaradagem. Um outro problema é o vinho. Na mão da brigada de salão, os copos são o tempo todo enchidos, não podem sequer baixar um centímetro que lá vem recarga. E, acima da eficiência e dos manuais do bom serviço, eu conclamo sommeliers e seus subordinados a pensarem na apreciação do vinho: como vou sentir aquele fundinho de copo se minha taça está sempre cheia? Como vou observar sua evolução de forma paciente? Como vou poder tomar apenas a quantidade que quero, se alguém está sempre renovando meu suprimento de bebida? Sei que um bafômetro pode estar lá fora, para controlar o que eu consumi. Por que então, ao menos dentro do restaurante, não posso beber do meu jeito, na minha velocidade? O mesmo com a cerveja. Eu prefiro com colarinho, o que quase sempre não dá tempo de avisar. Assim, se me permitirem, eu comando quanto e como o líquido vai para o meu copo. Enfim, deixa que eu tomo conta da garrafa.

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