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Dúvidas sobre o cardápio? Chame o decorador

Não sei se as pessoas fazem ideia da quantidade de releases sobre novos restaurantes que os jornalistas da área de comida recebem cotidianamente. É muita coisa. Algumas assessorias de imprensa se esmeram mais na qualidade das informações, outras menos. Mas, em geral, é aquilo que vocês imaginam: descrevem o estabelecimento, suas intenções etc. Não vou entrar nesse mérito. Agora, o que é intrigante, mesmo, é como os textos quase sempre falam muito mais do arquiteto e do decorador do que do cozinheiro. Não tenho nada contra quem cria e constrói edificações e/ou zela pela harmonia de seus interiores - se o trabalho é bem feito, sou, além do mais, grato. Acho ótimo ver lugares bonitos, instigantes, de bom gosto. Mas é que, se vou a um restaurante, me preocupo em primeiro lugar quem está no comando do fogão. Minha questão é: a comida é boa? E não: o espaço é legal? Seria isso um reflexo do mercado? Um mero e irrefletido vício de enfoque dos assessores? Ou um sinal de que a maioria da imprensa especializada ainda quer mais fru-fru do que consistência? O panorama gastronômico de São Paulo, se analisarmos em perspectiva, tem mesmo evoluído, é um fato. Mas, a julgar pela média das estratégias de divulgação, parece que ambiente ainda vende mais, digamos assim, do que cozinha.

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