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Ideo/eno/logia

Andei vendo preços de alguns vinhos nacionais, tintos em especial. Rótulos de padrão médio para alto (considerando os patamares da produção brasileira). Preocupantemente caros. Aí, comparo os valores com aqueles cobrados por franceses simples mas saborosos e elegantes como o Terra Vitis 2006 (Rhône, R$ 49 na World Wine) ou o Travers de Marceau 2007 (Languedoc, R$ 59 na De La Croix). Notem: estamos falando de valores entre US$ 20 e US$ 30, é dinheiro. Mas dá para cotejar em qualidade? Não dá. Como os vinhos brasileiros podem ser competitivos com tantos exemplares custando R$ 40, R$ 50 ou R$ 60? Não discordo da tese que, para alavancar uma indústria nacional de vinhos, é preciso haver boa vontade e um certo (perdão pelo termo) patriotismo. Basta dizer que as vinícolas americanas só se tornaram a potência que são porque o povo dos EUA bancou que, sim, os vinhos californianos eram mesmo bons. Mas é preciso ter mais do que senso de dever cívico e patriótico. É fundamental haver real vantagem para o consumidor. Do jeito que está o panorama, haja amor à bandeira. Uma coisa é estar aberto ao produto nacional e tratá-lo sem preconceitos. Outra é consumí-lo só por ideologia. O palato não se guia por fronteiras, quer mesmo o que é bom. E o bolso não detecta nacionalidades. Mas percebe quando está sendo abusado.

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