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La nouvelle vague (et les prix)

Certo, há uma tendência. Os bistrôs andam em voga na cidade. Vários estabelecimentos têm sido abertos e, neste mês, foram três só no Itaim-Bibi. No Paladar de hoje, escrevo em especial sobre o L'amitié, de Yann Corderon. Trata-se de uma casa que faz uma comida francesa honesta, clássica, e cobra um preço um pouco abaixo da média. Espero que isso se torne uma tendência. Mais do que isso - já escrevi a respeito -, espero que os novos bistrôs coloquem este tipo de restaurante no seu devido lugar. Isto é: com ambientes despojados, cuisine tradicional francesa feita com simplicidade, preço acessíveis. Bistrô não deve ser confundido com cozinha palaciana. Se, por um lado, parece que tem gente começando a enxergar que precisamos de mais restaurantes de comida honesta a preços não-escorchantes (os valores estão insanos, de forma geral...), por outro eu não consigo deixar de fazer uma provocação. Já que falamos em bistrôs, vamos nos transportar até Paris - dando um desconto para as eventuais dificuldades de comparação e para as diferenças de contexto. Pensemos no Le Comptoir. Como o chef Yves Camdeborde consegue servir um menu de cinco tempos por 45 euros (R$ 118), com queijos no final, e com alta qualidade de produto e de cozinha? Tentem comer deste jeito aqui, vejam para quanto vai a conta. Diferenças cambiais à parte, temos de ressaltar que falamos de Paris, onde os impostos são altos, onde o custo de vida é caro. O esquema de Camdeborde é sucinto, sintético. Tem poucos funcionários, trabalha com produtos frescos, com o menu do dia. Investe mais na matéria-prima do que em luxos (apesar do charme do imóvel). Mas o fato é que ele consegue, e certamente não cobra o que cobra por altruísmo. A casa está sempre cheia e ele deve, sim, obter seus lucros. Monsieur Camdeborde, quel est le secret?

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