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Le jus juste

Está difícil achar em algum restaurante (dos mais variados estilos) um suco de laranja que custe menos do que R$ 6. O curioso é que o valor é alto inclusive em lugares que não praticam preços extorsivos. Acabo de voltar, por exemplo, de um restaurante novo, com vários pratos bem em conta, coisa de R$ 10 e R$ 15, mas que vende o tradicional sucão (é minha filha que pede) por seis pratas - um copo não muito grande e de conteúdo aguado, diga-se. Sabemos que os estabelecimentos conseguem sua maior margem em alguns itens estratégicos. Água, couvert e saladas  têm rentabilidade maior do que um prato (que, dependendo do ingrediente, pode ter um custo muito alto). O suco, presumo, deve estar também na categoria mais lucrativa. Ok, cada um sabe como deve gerir seu negócio, assim como, espero, cada cliente saiba o que faz com seu dinheiro. Pagar um valor às vezes alto por um prato, eu posso entender: há toda uma cadeia de produtos, manejos e processos, uma transformação complexa. Porém, desembolsar R$ 6 (ou R$ 7 ou R$ 9, dependendo do restaurante) pelo sumo de três laranjas? Ou a fruta está cara demais, ou a expertise do profissional que a espreme está sobrevalorizada. Do jeito que vai, logo, logo a laranjinha vai superar aquela que, a meu ver, é a campeã do desequilíbrio entre custo e benefício: a famosa fatia de abacaxi da sobremesa.

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