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Porções da Itália

Na Paladar de amanhã, escrevo sobre o novo bar gastronômico BottaGallo. Não vou aqui repetir os aspectos que abordo no suplemento, mas quero desenvolver um dos temas citados. O menu, com sugestões para petiscar, compartilhar, ou mesmo opções de pratos completos, provoca quase uma angústia do excesso. Tudo é atraente. Você sempre acha que, ao pedir isso ou aquilo, estará perdendo aquele outro. Mas o mais interessante é que o cardápio, desenvolvido pelo chef André Lima, faz uma necessária atualização do receituário italiano. Não tem antepasti ao estilo sulista, nem os pratões do Norte mais pesados e manjados por aqui. Assim como não há nada absolutamente irreconhecível. Trata-se de uma visão mais contemporânea dos produtos, das receitas, do estilo de comer da Itália (ainda que, predominantemente, a proposta seja a da simplicidade). É um universo que, em nossa cidade, não estava entrando nem nas cantinas, nem nas trattorie mais moderninhas, nem nos ristoranti mais chiques. De certa forma, hoje, temos em São Paulo já um pouco (um pouco, eu disse) do que se faz na Espanha atual, e não estou me referindo à vanguarda. Mas superamos o pensamento único da paella, enfim. Em relação à cozinha francesa, aqui e ali há lampejos de contemporaneidade. Idem para a japonesa, ainda em processo. Faltava atualizar a Itália e, por incrível que pareça, Portugal (falta, melhor dizendo; ainda não saímos do bacalhau e do arroz de pato). Agora, se há culinária étnica realmente defasada na capital, sem dúvida é a alemã - que ficou congelada nas ideias e pratos dos imigrantes que vieram para o eixo Brooklin/Santo Amaro/Campo Belo século 20. Quando será que alguém topará o desafio de ir além do kassler e do einsbein? Nada contra os generosos pratos suínos. Mas precisa ser só isso?

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